Alta da Selic causa muito mais polêmicas e reclamações do que ajuda no combate à inflação real

Morrendo na praia – Depois que o mercado financeiro, na manhã desta quinta-feira (18), liberou as enzimas necessárias para digerir a elevação da taxa básica de juro, a Selic, já é tempo de analisar o contexto da decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom.

Ao justificar a alta de 0,25 ponto percentual da Selic, o Copom explicou que a inflação está alta demais, o que contrária o discurso ufanista da presidente Dilma Rousseff, que continua insistindo na mentira de que o maior fantasma da economia está sob controle. A inflação oficial, no acumulado de doze meses, ultrapassou o teto da meta estipulado pelo próprio governo e chegou a 6,59%, mas os palacianos fazem questão de desmentir o óbvio, o que os números mostram de maneira inconteste.

Preocupada com seu projeto de reeleição, Dilma Rousseff anunciou, antes da decisão do Copom, que, se necessária, a alta da Selic seria mínima. Ou seja, a presidente simplesmente atropelou mais uma vez a suposta independência do Banco Central, a quem compete o controle da inflação. O que os integrantes do governo não compreendem, ou ignoram por conveniência, é que o combate à inflação não se faz por meio do controle indireto de preços, mas, sim, através da eliminação ou minimização do processo inflacionário. Isso qualquer incompetente estudante de Economia sabe.

A alta da Selic serve para aumentar a dívida interna do País, valorizar o Real diante da moeda norte-americana, atrapalhar ainda mais o processo produtivo brasileiro, beneficiar as importações e aumentar o valor nominal do endividamento dos cidadãos. Não será com um aumento da taxa básica de juro dessa grandeza que a inflação jogará a toalha. As medidas necessárias para que isso ocorra não serão adotadas tão cedo pelo governo do PT, que continua com a usina de mentiras acionada para garantir o avanço de um projeto totalitarista de poder que transformará o Brasil em uma versão agigantada da Venezuela, onde liberdade é encontrada apenas no dicionário.

Com dois terços da população recebendo menos do que dois salários mínimos por mês (o dado é do IBGE), o Brasil é território de uma vasta legião de endividados, que acreditaram nos apelos irresponsáveis de Lula e agora tropeçam em carnês vencidos. Para o consumidor final, esse aumento da Selic provocará uma ligeira alta das taxas de juro cobradas pelas instituições financeiras. Quem está com a corda do cartão de crédito amarrada no pescoço, o enforcamento acontecerá alguns minutos antes, pois entre juro de 240% e 242% ao ano para quem perdeu a batalha não faz muita diferença.