Crise: previsão de alta da inflação e estagnação do PIB levam pessimismo e cautela ao mercado financeiro

Sem freio – Consultados pelo Banco Central, como acontece regular e semanalmente, analistas do mercado financeiro ajustaram a projeção para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (29), a expectativa de inflação para 2013 saltou de 5,70% para 5,71%. Para o próximo ano, a projeção para o IPCA permanece em 5,71%.

No cenário para os dois anos fica evidente a dificuldade do governo de controlar a inflação, cujas projeções continuam acima do centro da meta, fixado em 4,5%. Autoridade monetária, o Banco Central tem sinalizado com a possibilidade de novo aumento da taxa básica de juro, a Selic, mas a independência do órgão está cada vez mais ameaçada pelo plano de reeleição da presidente Dilma Rousseff, que não quer tornar-se refém de medidas impopulares.

Enquanto os palacianos trabalham tendo como pano de fundo a campanha presidencial de 2014, as autoridades econômicas do governo insistem no equívoco de reverter a crise a partir do consumo interno, pois medidas definitivas e de longo prazo dificilmente serão adotadas nos próximos meses.

Os mesmos analistas financeiros que puxaram para cima as previsões de inflação para este ano, mantiveram em 3% a expectativa de crescimento da economia para 2013. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do PIB ficou em 3,5%.

É no mínimo atestado de incompetência apostar todas as fichas no consumo interno, medida que qualquer calouro de faculdade de Economia sabe que se trata de medida pontual e de curtíssimo prazo. Em um país onde dois terços da população ganham menos do que dois salários mínimos e os ganhos salariais efetivos começam a encolher diante da escalada da inflação, esse tipo de aposta é o que se pode chamar de suicídio econômico.

Ao Partido dos Trabalhadores não interessa qualquer assunto de longo prazo, mesmo que no cardápio conste a chance de solucionar a crise, pois o imediatismo da legenda está centrado no projeto de poder que deve levar o Brasil a um regime ditatorial.