São Paulo tornou-se um faroeste a céu aberto, mas Geraldo Alckmin continua com os braços cruzados

Sem saída – Que a maioridade penal precisa ser reduzida com urgência todos sabem, mas o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, não pode se esconder sob uma tese que por enquanto tem servido para acirrar a retórica da política nacional.

Não restam dúvidas que os chefes das quadrilhas têm cooptado menores para a prática de crimes em função da fragilidade da lei em relação à punição de adolescentes, mas é inaceitável que a maior cidade brasileira se transforme em reduto da bandidagem.

Nos últimos dias, as notícias sobre crimes cometidos na Grande São Paulo são assustadoras, a ponto de transformar uma ida ao restaurante mais próximo em horas de tensão. É visível a mudança de comportamento dos clientes, que agora não deixam celulares e carteiras à mostra, além de ficarem sempre vigiando o movimento nos restaurantes.

“Após agressão em assalto, cantora sertaneja tenta manter agenda”. “Empresário tem a moto roubada e é morto na Zona Norte de São Paulo”. “Pai de dentista queimada se sente ameaçado após ligação anônima”. “Polícia investiga se quadrilha fez outros dois arrastões nos Jardins”. “Via é fechada após protesto e incêndio de ônibus na zona oeste de SP”. Eis algumas das manchetes das últimas horas.

Não bastasse o caos que se instalou na capital dos paulistas, marginais estão levando terror e preocupação às “baladas”. Como se fossem frequentadores das casas noturnas mais cobiçadas da cidade, assaltantes têm feito verdadeiros arrastões de celulares e smartphones nas madrugadas paulistanas. Há dias, em uma casa de eventos localizada no bairro da Mooca (lê-se Moóca), um assaltante conseguiu roubar, sem que as vítimas percebessem, mais de cinquenta celulares em menos de uma hora de ação.

Resta saber o que é preciso para que o governador Geraldo Alckmin tome alguma atitude em defesa dos cidadãos de bem, que pagam impostos e têm direito pelo menos à segurança. Ou será que um filho do governador precisará ser assaltado para que algo seja feito? Fato é que o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, é um poeta atrapalhado no meio de bandidos organizados.