Desemprego chega a 5,8% em abril, o menor para o mês, mas situação continua grave e preocupante

Sem convencer – De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,8% em abril, contra 5,7% em março. Trata-se da menor taxa para um mês de abril em toda a série histórica, iniciada em março de 2002.

Em abril deste ano, a população economicamente ativa, de 22,9 milhões de pessoas, “não se alterou significativamente” tanto na comparação com o mês anterior, quanto ao mesmo mês de 2012, informou o IBGE

Ainda de acordo com o IBGE, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.862,40) manteve-se sem variação significativa (-0,2%) na comparação com março e cresceu 1,6% na comparação com abril de 2012.

Andando de lado

O fato de o índice de desemprego em abril ser o menor para o mês pouco adianta, pois o Brasil continua enfrentando um apagão de mão de obra qualificada cada vez maior. Na realidade, o mercado tem encontrado dificuldades na hora de contratar inclusive profissionais com qualificação mediana, o que mostra que as apostas do governo para reverter a crise econômica são no mínimo utópicas.

Essa escassez de profissionais qualificados explica o desespero do Palácio do Planalto, que em decisão tardia anunciou a flexibilização das regras para o ingresso no País de trabalhadores estrangeiros.

Ajuda extra

O índice de desemprego só não foi pior porque a indústria, que há anos vem sendo penalizada pela inoperância do governo do PT, tem evitado as demissões, na esperança de que em algum momento a crise econômica arrefeça.

Empresários do setor produtivo preferiram evitar as dispensas de trabalhadores por duas razões: o alto custo das demissões e a falta futura de mão de obra qualificada.

Bolso furado

Mesmo com o desemprego sem registrar avanço, continua preocupando a má remuneração dos trabalhadores brasileiros. De acordo com recente pesquisa do IBGE, 70% dos brasileiros recebem menos do que dois salários mínimos mensais, o que inviabiliza qualquer aposta do governo no consumo interno como forma de enfrentar a crise econômica.

Os baixos salários têm sido corroídos pela inflação real, muito superior à oficial, impedindo qualquer movimento que proporcione alento à economia. Os cidadãos mudaram o hábito de consumo e, na medida do possível, têm direcionado suas economias para a quitação de dívidas, o que confirma a preocupação com o futuro, que de sombrio nada tem.