Mercado financeiro aposta em alta da inflação, mas governo se nega a promover reformas na economia

Sinal vermelho – Consultados semanalmente pelo Banco Central, economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País apostam em elevação de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juro, a Selic, na próxima quarta-feira (29).

Utilizada pelo BC para calibrar a inflação oficial, a Selic atualmente está fixada em 7,50% ao ano, após alta de 0,25 ponto percentual decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em abril. Neste mês, a reunião está marcada para terça e quarta-feira (28 e 29).

Os economistas acreditam que até o final de 2013 a taxa básica de juro estará em 8,25%, o que mostra que o Banco Central terá dificuldades para conter uma inflação que há muito causa estragos na economia nacional.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como balizador da inflação, ficou em 6,49% no período de doze meses encerrados em abril. Esse resultado é ligeiramente menor do que o teto da meta inflacionário fixado pelo governo, que é 6,50% para o ano.

De acordo com as expectativas dos analistas financeiros, o IPCA deve encerrar o ano em 5,81%, contra 5,80% previstos na semana passada. Para 2014, a mediana das expectativas (que desconsidera os extremos nas projeções) permanece em 5,80%.

Esse cenário marcado pela burocracia oficial nem de longe traduz a carestia enfrentada pelos cidadãos no cotidiano, onde a inflação real já passou dos 20% ao ano. O governo do PT insiste em adotar medidas pontuais e tópicas para conter a inflação, quando o que deveria ser combatido é o processo inflacionário. Os palacianos teimam em não promover reformas estruturais profundas na economia, optando por estratégias que funcionam como paliativo e comprometem sobremaneira as contas públicas.