Dinheiro devolvido à prefeitura de SP é a ponta do novelo em que está enrolado Paulo Maluf

Pingo nos is – Comandada por setores da imprensa que se dedicam apenas às manchetes, a sociedade brasileira viveu momentos de euforia com a notícia da repatriação de R$ 4,5 milhões pertencentes ao deputado federal Paulo Salim Maluf e que estavam depositados em paraíso fiscal. O dinheiro devolvido à prefeitura paulistana nem de longe representa um sinal de que a política verde-loura ingressou na seara da moralidade.

Muito além desse montante, os brasileiros precisam procurar saber quanto Maluf gasta em cada campanha política rumo à Câmara dos Deputados. Por certo o ex-prefeito da maior cidade do País gasta cada em cada campanha pelo menos três vezes o valor repatriado.

Tão importante quanto os gastos de campanha, é preciso saber as razões que levaram Paulo Maluf a apoiar a então prefeita Marta Suplicy, em 2004, ano em que a petista tentou a reeleição e perdeu para o tucano José Serra. A esse episódio junta-se outro escândalo: o do Mensalão do PT. Na contabilidade de Marcos Valério, operador financeiro do esquema, consta um pagamento no valor de R$ 4 milhões ao capítulo paulista do Partido Progressista, partido de Maluf.

Como se fosse pouco, não custa lembrar que Paulo Maluf e seus aduladores envolveram-se no escândalo da Metrored, empresa que comandou a instalação de fibras óticas na cidade de São Paulo. O caso foi tão rumoroso, que pessoas contratadas para subornar autoridades paulistanas acabaram presas nos Estados Unidos. Resumindo, esses R$ 4.5 milhões que retornaram ao Brasil representam um mero capítulo de conhecida e conturbada trajetória política.