Oposição quer saber se dono do dinheiro apreendido em aeroporto tem negócios com o governo

Impressão digital – Líder da Mobilização Democrática na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (PR) informou no domingo (2) que enviará requerimento de informações ao governo federal para saber se Carlos Eduardo Carneiro Lemos, sócio da Fides Advisor Consultoria Financeira, tem algum tipo de negócio com a Administração Pública Federal.

Carlos Eduardo Lemos se diz o dono dos quase R$ 500 mil interceptados pela Polícia Federal no aeroporto internacional de Brasília, no último dia 16 de maio. O dinheiro foi encontrado em meias e cuecas de dois passageiros que tentavam embarcar para o Rio de Janeiro.

O empresário já foi diretor de investimentos da Prece, que é o fundo de pensão dos funcionários da empresa de saneamento do Rio (Cedae) e chegou a ser multado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por aplicações que geraram prejuízos milionários para o referido fundo de pensão.

“Chama-nos mais uma vez a atenção este tipo de situação, já que configura um modo nada tradicional de se transportar grandes quantias, quando se trata de dinheiro limpo. Então, exige-se que seja investigado este operador do mercado e se há relações suas com gente do governo atual”, defende Rubens Bueno.

Objetivo do requerimento é descobrir se Lemos tem contratos com estatais, bancos públicos federais, ministérios ou agências reguladoras. A intenção é protocolar o documento no início desta semana.

CPMI dos Correios

Lemos também foi investigado pela CPI Mista dos Correios. O relatório da Comissão aprovado em abril de 2006 sugeriu seu indiciamento nas esferas criminal, civil e administrativa.

“Sob o aspecto criminal pode configurar, entre outros delitos, gestão temerária, ou até mesmo fraudulenta, de entidade privada de previdência complementar… Sua atuação sugere, ainda, a prática de manipulação do mercado de uso indevido de informação privilegiada e de induzimento à especulação”, diz um dos trechos do parecer da comissão parlamentar de inquérito, aprovado à época.

Diante da recomendação da CPMI, o líder da Mobilização Democrática quer saber que providências o ministério público tomou para aprofundar a investigação, já que cópia do relatório final foi enviada aos procuradores e promotores de justiça.

“Vamos pedir informações para saber do Ministério Público, da Polícia Federal e de todo e quaisquer órgãos responsáveis para dar prosseguimento às investigações levantadas pela CPI dos Correios sobre que providências tomaram em relação a este senhor”, concluiu Rubens Bueno.