Chávez é homenageado com Prêmio Nacional de Jornalismo na Venezuela

Fim dos tempos – O mundo há de acabar um dia e o homem não terá presenciado todo o estoque de sandices. Nesta quinta-feira (6), o Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolivar foi concedido por unanimidade, na Venezuela, ao falecido caudilho Hugo Chávez.

De acordo com o “Clases de Periodismo”, o júri justificou a decisão defendendo que Chavéz merecia a homenagem pelo “impulso” que teria dado aos veículos de comunicação públicos e privados durante seu mandato.

De acordo com um porta-voz, “Chávez devolveu a palavra e o protagonismo para o povo venezuelano, assumiu a causa dos oprimidos e era um gladiador invicto contra mentiras e manipulações da mídia”.

“Nem Simón Bolívar, nem Hugo Chávez foram jornalistas, mas nunca tivemos melhores comunicadores do que eles”, disse o jornalista Lili Rodríguez ao anunciar o resultado do concurso. A família do finado ditador receberá o prêmio no dia 27 de junho, durante cerimônia em Caracas.

Trata-se de mais um absurdo incensado pela metástase ditatorial em que se transformou o “chofeur bolivariano” Nicolás Maduro, atual inquilino do Palácio de Miraflores, sede do Executivo venezuelano. Maduro é um incompetente conhecido que só chegou ao poder porque se prestou ao papel de vergonhoso adulador de um tirano. Sem ter como conter a crise que toma conta da Venezuela, o sucessor de Chávez agora se dedica à produção de factóides.

Outro lado

Em agosto de 2012, o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) publicou o relatório “mídia privada venezuelana enfraquece por perseguição de Chávez”, um estudo sobre a situação da imprensa no país sul-americano durante a ditadura chavista. “Hoje, muitos dos veículos mais críticos não são mais assim ou adotaram o silêncio.”

Hugo Chávez foi um inimigo confesso da liberdade de imprensa e essa honraria “post mortem” é um atentado contra a honra de todos os jornalistas do planeta que lutam pelo direito de noticiar os fatos como eles realmente são.