Sete torcedores do Corinthians presos na Bolívia reconquistam a liberdade

Olho da rua – Sete dos doze torcedores corintianos presos em Oruro, na Bolívia, acusados pela morte do jovem boliviano Kevin Espada, de 14 anos, foram libertados às 19h10 (horário de Brasília). A Embaixada do Brasil em La Paz está providenciando o transporte dos torcedores para São Paulo, onde devem chegar no próximo sábado (8).

Os torcedores soltos são: Tadeu Macedo Andrade, Rafael Machado Castilho Araújo, Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, Cléber de Souza Cruz, Danilo Silva de Oliveira, Hugo Nonato e Fábio Neves Domingos. Continuam presos: Leandro Silva de Oliveira, Reinaldo Coelho, José Carlos da Silva Junior, Marco Aurélio Nefeire e Cleuter Barreto Barros.

Os torcedores do Corinthians, que foram à Bolívia para acompanhar uma partida do clube válida pela Copa Libertadores da América, foram presos em 20 de fevereiro, após Kevin Espada ser atingido por um sinalizador acionada na arquibancada do estádio de Oruro. Cinco dias depois, um menor de idade, sócio da torcida organizada Gaviões da Fiel, se apresentou à Justiça brasileira como autor do disparo do sinalizador.

Em maio, o menor prestou depoimento ao promotor Alfredo Santos no consulado boliviano em São Paulo. O promotor levou à Bolívia as digitais do jovem torcedor e fotos com a posição dos torcedores na arquibancada do estádio Jesus Bemúdez. O material foi decisivo para que os sete torcedores reconquistassema liberdade nesta quinta-feira (6).

Responsável pela defesa dos 12 doze corintianos, o advogado Sérgio de Moura Ribeiro Marques defende a tese de que Kevin foi atingido antes mesmo de o jogo começar. A tese do advogado tem como base uma conversa com bombeiros bolivianos, que afirmaram que o resgate de uma pessoa ferida na arquibancada demora pelo menos oito minutos para ser realizado. Esse tempo é necessário para a comunicação do acidente, pegar a maca, deslocamento até o local, abertura de espaço na torcida, colocar o corpo da pessoa acidentada na maca, descer as rampas e escadas do estádio e chegar à porta de saída.

“Há depoimentos de pessoas que estavam entrando no estádio aos cinco minutos de jogo e viram o garoto boliviano saindo. O vídeo que mostra o rojão saindo da torcida do Corinthians foi feito aos cinco minutos de jogo. Esse intervalo de tempo não bate”, declarou o advogado brasileiro.

O governo do presidente Evo Morales tentou utilizar o episódio como massa de manobra para forçar o governo brasileiro a buscar uma solução para o caso de um senador boliviano da oposição que está asilado na embaixada do Brasil há mais de um ano.