BC tenta segurar a alta do dólar com dois leilões, mas moeda norte-americana encerra em alta

Perdendo a batalha – O Banco Central bem que tentou frear a disparada do dólar, mas a moeda norte-americana encerrou em alta os negócios desta segunda-feira (10). Após duas ações de venda de swap cambial, o BC viu o dólar terminar o dia valendo R$ 2,1479 – alta de 0,71% -, depois de chegar a R$ 2,16.

Foi a primeira vez no ano que o Banco Central realizou duas vendas futuras de dólares. A última vez que isso ocorreu no mesmo pregão foi em 26 de dezembro de 2012, quando a moeda norte-americana beirava a marca de R$ 2,08. A intervenção do BC conseguiu desacelerar a curva de alta do dólar, mas não reverteu a direção da cotação cambial.

Há dias, a presidente Dilma Rousseff e o ainda ministro Guido Mantega (Fazenda) garantiram que no Brasil o câmbio é flutuante e livre, não havendo por parte do governo qualquer projeto de interferir no câmbio, mas a medida foi necessária como forma de evitar a disparada da inflação.

Nos últimos anos, o governo do PT se valeu da valorização do real frente ao dólar para manter a inflação sob controle. No contraponto, mas com as devidas ressalvas, a elevação da cotação do dólar ajuda o setor de exportações, que acaba tropeçando no apagão logístico que toma conta do Brasil.

Mesmo diante de um quadro preocupante e cujos ingredientes não se encaixam, Dilma ousou dizer em Portugal que está preocupada com a crise econômica da União Europeia. Quando os palacianos acordarem para a realidade econômica nacional o Brasil já terá ido pelo ralo.

O mais interessante nessa epopeia que emoldura a crise brasileira é que até agora não surgiu qualquer petista para falar sobre a herança maldita de Lula. Para quem falava aos bolhões sobre a herança de FHC, essa mudez da “companheirada” é no mínimo estranha, para não afirmar que se trata de um ato de covardia.