País está sem comando político, mas brasileiros não podem aceitar a intromissão do fugitivo Lula

Virou bagunça – Os atuais ocupantes do Palácio do Planalto continuam acreditando que os protestos que chacoalham diversas cidades brasileiras têm como pauta o aumento das tarifas de transporte. O governo da presidente Dilma Rousseff sofre de tão grave miopia, que nem mesmo o óbvio é capaz de enxergar. As manifestações têm levado às ruas do País as mais diversas reivindicações, entre elas a do transporte público. Mas Não se pode ignorar que cresce o coro dos que pedem sua saída do governo.

Um governo conhecidamente incompetente torna-se ainda pior quando o desespero toma conta do seu politburo. Assustado com o desdobramento dos protestos, que fugiu da receita habitual dos petistas, o grupo próximo à presidente Dilma Rousseff continua sem saber o que fazer. O descontrole alcançou seu ápice na terça-feira (18), quando a presidente viajou para São Paulo em busca de uma solução, que seria concebida durante reunião com o ex-metalúrgico Lula, agora um bem sucedido lobista de empreiteiras.

Tendo se manifestado apenas uma vez depois que os protestos iniciaram, Dilma limitou-se a dizer que está atenta à voz das ruas. Esse discurso de encomenda e politicamente correto confirma o descontrole que tomou conta da Presidência da República. Estivesse controlada e fosse verdadeiramente chefe de Estado, Dilma já teria convocado a rede de rádio e televisão para levar a cada brasileiro uma mensagem tranquilizadora. Ao contrário, a presidente se acovardou e fechou-se em copas, como se o silêncio fosse a melhor resposta.

O Brasil está sem comando político e o cidadão aceita silenciosamente a intromissão de Lula nas questões de Estado. Responsável pelo período mais corrupto da história nacional, Lula é um mitômano que foge há seis meses ou mais foge da imprensa para não dar explicações sobre escândalos de corrupção, a maioria com a sua chancela.

Para se ter ideia da descontrole que se instalou no Palácio do Planalto, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, deu duas declarações díspares sobre a redução das tarifas do transporte público em curtíssimo espaço de tempo. Inicialmente, a ministra, com planilhas nas mãos, disse que em São Paulo a tarifa de ônibus poderia ser reduzida em até R$ 0,23 a partir da desoneração dos combustíveis. Pressionada, Gleisi procurou os jornalistas para dizer que cada prefeitura deve decidir sobre a redução.

O remendo discursivo veio à tona depois que o prefeito Fernando Haddad garantiu que não há mais como reduzir a tarifa do ônibus na maior cidade brasileira, uma vez que o anunciado por Gleisi já fora utilizado no cálculo do reajuste.

Diante de tantos escárnios, não é difícil imaginar o que deve acontecer na cúpula de um governo cujos integrantes sequer têm o cuidado de combinar com antecedência o que será dito ao povo.