Pesquisas de opinião traduzem de forma clara a insatisfação popular que os políticos não entenderam

Prova dos nove – Muitos políticos, começando por assessores da presidente Dilma Rousseff, dizem desconhecer os motivos que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas para protestar contra o desmantelamento do Estado. Conversa fiada de quem conhece a extensão da própria culpa e tenta escapar da responsabilidade.

Se até a última semana esses falsos incautos ainda estavam perdidos em relação às manifestações, por certo as últimas pesquisas de opinião serviram para clarear o tema. De acordo com o instituto Datafolha, a aprovação do governo de Dilma Rousseff caiu 27 pontos percentuais, saltando de 57% para 30%. O que representa uma desaprovação preocupante

No despenhadeiro da opinião pública a presidente não está só. Nesta segunda-feira (1), o mesmo Datafolha apontou queda na aprovação dos governos do tucano Geraldo Alckmin e do petista Fernando Haddad.

Em apenas três semanas, a aprovação do governo Alckmin saiu de 52% para 38% (ótimo ou bom). Já a administração de Haddad, que em 7 de junho tinha 34% de avaliação positiva (ótima ou boa), agora está em 18% – queda de dezesseis pontos percentuais.

Considerando todos os recados saídos das ruas do País não é difícil perceber que os brasileiros, em sua maioria, não mais suportam os desmandos generalizados da classe política, que conduzem o País de forma irresponsável. Fora isso, os elevados níveis de corrupção, atrelados à impunidade, fizeram com que o monstro despertasse repentinamente.

As medidas anunciadas pelos principais alvos dos protestos surtirão efeito dentro de no mínimo cinco anos, o que fará com que a insatisfação popular continue em alta. O grande perigo que surge nesse cenário é o eventual voto de protesto nas eleições de 2014, o que pode fazer com que o Brasil caia em mãos equivocadas.