Tudo ou nada – No vácuo de uma crise política que chacoalha o Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados deve decidir, nesta terça-feira (9), sobre a realização do plebiscito sugerido pela presidente Dilma Rousseff, que apelou à invencionice para dar uma resposta à população que ganhou as ruas.
A tendência é que a Câmara rejeite a proposta presidencial, alegando falta de tempo para a realização de um plebiscito para a reforma política, com efeitos válidos para as eleições de 2014. Líderes de partidos da base aliada, que já informaram ao governo sobre a impossibilidade de acolher a proposta, usarão como justificativa, mais uma vez, a informação do Tribunal Superior Eleitoral de que é preciso no mínimo setenta dias de antecedência para a realização da consulta popular pretendida pelo PT.
O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, reconheceram na última semana a impossibilidade de realização do plebiscito nos moldes sugeridos por Dilma, mas pressionados por Dilma mudaram o discurso horas depois.
Se existia alguma ínfima chance de a proposta ser aprovada na Câmara dos Deputados, essa desapareceu depois que o Palácio do Planalto decidiu retaliar o PMDB, que é contra o plebiscito, com o vazamento de informações sobre o uso indevido de aeronaves da FAB por três destacados integrantes do partido (Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves e Garibaldi Alves Filho).
Presidente da Câmara, Henrique Alves já sinalizou que a proposta deve tropeçar na Casa legislativa. “Amanhã, a Câmara toma decisão sobre esse respeito. Vamos examinar os prazos que o TSE exigiu, todo procedimento regimental, condicional para que se tenha uma decisão, de amanhã não passa”, declarou o peemedebista.