Pudor zero – No Brasil, quando um assunto proporciona lucro a ordem é preservá-lo a todo custo, mesmo que à sociedade reste o pior exemplo. Assim aconteceu com o fiasco protagonizado por Anderson Silva, que na madrugada do último domingo (7) foi nocauteado pelo norte-americano Chris Weidman.
Três dias após a derrota, a imprensa brasileira, que pouco espaço dedicou à razão do fracasso, noticia a queda de Anderson Silva no ranking mundial do UFC. O lutador brasileiro de MMA caiu do primeiro para o terceiro lugar.
Anderson Silva foi facilmente nocauteado porque abusou da soberba ao brincar com o adversário. Que lutas são marcadas por polêmicas todos sabem, mas a forma como o lutador brasileiro se comportou em cima do octógono pode ser classificada como galhofeira. Os amantes do UFC alegam que Anderson Silva sempre agiu dessa maneira, mas é preciso lembrar que a derrota não aconteceu antes porque até no octógono Deus é brasileiro.
Independentemente das opiniões acerca do fiasco do último final de semana, a postura de Anderson Silva sempre foi reprovável, mesmo que até então a vitória tenha batido à sua porta. Em nenhuma instância da vida deve-se tratar com desdém o semelhante, mesmo em competições nas quais a certeza da vantagem prevaleça.
Os danos provocados pelo nocaute obrigarão Anderson Silva a ficar 45 dias sem lutar. Há também a recomendação do corpo médico do Ultimate Fighting Championship (UFC) para que o lutador brasileiro não treine durante um mês.
Como se o exemplo deixado por Anderson Silva nada representasse, a imprensa, que só ouve o tilintar da caixa registradora, já começa a noticiar uma eventual revanche entre Silva e Weidman, possivelmente em dezembro. Depois de perder o cinturão, o lutador brasileiro deu a entender nas entrevistas que poderia se aposentar. Ou seja, zombaria é algo engraçado desde que a derrota não dê o ar da graça.
Por maior que seja o número de conquistas de Anderson Silva ao longo da carreira, seu comportamento diante do adversário foi comprometedor.