Copom reajusta a Selic para conter a inflação e compromete ainda mais o combalido avanço do PIB

Degrau acima – Aconteceu o esperado. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou em meio ponto percentual a taxa básica de juro, a Selic, que passa a valer 8,5% ao ano. No comunicado divulgado há instantes, o Copom parece ter copiado as justificativas do anúncio da decisão anterior.

Em decisão unânime, o que confirma a resistência da inflação, o Copom alega que a medida servirá para reduzir a força do maior fantasma da economia neste ano e no próximo. De acordo com o governo de Dilma Vana Rousseff, o centro da meta de inflação, que há muito não é lembrado, é de 4,5%, enquanto o teto é de 6,5%. No acumulado de doze meses, a inflação já ultrapassou o teto da meta.

A medida tomada pelo Copom funcionará como instrumento de controle da inflação, responsabilidade que até recentemente recaia sobre o câmbio. Com a valorização do dólar, o governo perdeu o controle da economia e foi obrigado a não mais interferir nas decisões do colegiado.

Com a nova elevação da Selic, o primeiro e imediato efeito será um aumento nas dívidas oficiais, que normalmente têm a taxa básica de juro como um dos índices de remuneração. O segundo, mais preocupante, será um impacto negativo no crescimento econômico de 2013, que rompeu o ano em 4% e já está rumando na direção de 2%.

Por mais que o Palácio do Planalto tente reverter a crise econômica, algo impossível no curto prazo, o comprometido projeto de reeleição de Dilma Rousseff sofre novo golpe, que começou a desmoronar a partir da inoperância de um governo de incapazes.