Os doze 12 anos do ucho.info

(*) Ipojuca Pontes –

Nesta quarta-feira, 17 de julho, o ucho.info chega aos 12 anos de existência veiculando um jornalismo eletrônico de alto valor opinativo. Acreditem, não é pouca coisa. O seu mentor, Ucho Haddad, é um ser raro que se empenha no combate diário de informar (e formar) o que se passa na baixa vida política da nação, com a energia de um Prometeu a quem os detentores do poder oficial tentam, inutilmente, acorrentar. (A metáfora, neste sentido, procede, pois os falsos deuses de Brasília bicam diariamente um pedaço do seu fígado, que se regenera no dia seguinte, no momento mesmo em que o jornalista repassa aos leitores, como o titã da legenda grega, a chama da verdade que o petismo mórbido procura por todos os meios esconder). Curiosamente, o ucho.info vem à luz no mesmo ano em que o execrável governo Lula se aboleta no poder, forjando a insensata experiência socialista que engana o povo brasileiro há mais de uma década – e que agora se dilui na lama putrefata da desídia de dissolução.

Para ser preciso, desde seu início o site de Haddad nasceu com o compromisso de denunciar, nos mínimos detalhes, os atos e maquinações da gang que se instalou em Brasília para, conforme promessa do próprio Lula quando da criação do Foro de São Paulo, nos anos 90, “recriar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu”. Ou seja, nada mais nada menos do que o velho e deplorável comunismo. Para dizer o mínimo, Ucho enfrenta a dura tarefa com coragem, engenho e arte, desarticulando com objetividade e clareza os meandros cavilosos das notícias oficiais jogadas ao vento como balão de ensaio que traz no seu bojo a malícia sutil da propaganda enganosa. Nos últimos tempos, ele vem se especializando, de forma sistemática, no desmonte das tramas da “presidenta” Rousseff, uma cria cabotina do operário de nove dedos para continuar impondo, por trás do pano sujo, sua inesgotável capacidade de chafurdar na abjeção.

De certo modo, pode-se dizer que Haddad deu sorte por estar no lugar certo na hora exata: o seu ucho.info cresceu ao lado da expansão vertiginosa da mídia digital, que desbancou o jornal impresso. Só para dar nome aos bois: na América Latina, com quase 500 milhões de habitantes, o jornalismo eletrônico atinge hoje mais de 50 milhões de leitores, “contra” 6 milhões de pessoas que se interessam pela leitura dos jornais diários. O próprio New York Times, considerado um dos grandes jornais do mundo, que já vendeu diariamente cerca de dois milhões de exemplares, há mais de uma década vem reduzindo verticalmente sua tiragem, ao tempo em que seu faturamento publicitário despenca em voo livre. (Por sua vez, é bom lembrar que a assinatura do dito jornalão, via Internet, com todos os recursos e apelos de que se arvora, não ultrapassa a casa dos 300 mil acessos).

É óbvio que o jornalismo eletrônico, ao funcionar com mais liberdade, maior mobilidade e menos compromissos de ordem econômica, mudou radicalmente a ideia de como a mídia pode se manifestar no mundo, alterando, com profundidade inimaginável, os parâmetros psicossociais do fenômeno. De fato, sem a atuação dos sites opinativos e de investigação via Internet e a fundamental capacidade de interação das redes sociais, dificilmente se poderia conceber as até então imprevisíveis manifestações de rua que tomaram conta do País. Sim, amigos: agora, em vez da repulsiva “sociedade civil organizada”, acolitando sindicatos, Ongs e movimentos sociais (tipo MST), todos amparados pelo governo corruptor com a grana sacada do nosso bolso, temos nova e implacável Sociedade Civil Mobilizada pela Internet, a SCMI, toda ela independente, livre e bem informada.

E, podem acreditar: sites como o ucho.info têm muito a ver com essa nova forma de fazer política democrática e de, quem sabe, mudar o nosso fatídico destino.

Parabéns, Ucho Haddad. Vida longa para o ucho.info!

(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.