Alta da Selic deve conter valorização do dólar, mas comprometerá o já fraco crescimento do PIB

Receita explosiva – A alta do dólar é “fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos”. Eis a avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada na ata da última reunião do colegiado e divulgada nesta quinta-feira (18).

“No entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária [definição da Selic]”, destaca a ata do Copom, que para conter a inflação elevou a taxa básica de juro, neste ano, em 0,25 ponto percentual em abril, e em 0,5 ponto percentual em maio e no mês corrente. Atualmente, a Selic está fixada em 8,5% ao ano.

Para os membros do Comitê de Polícia Monetária do Banco Central, a alta do dólar e as oscilações na taxa de câmbio nos últimos trimestres “ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos”.

O Copom afirma também que os movimentos no mercado de câmbio do País “refletem, em certa medida, perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de taxas de juros”.

Conter a inflação neutralizando a alta do dólar com elevação da taxa de juro levará a economia ao encolhimento, uma vez que o custeio da produção e o consumo ficarão mais caros. Trata-se de uma situação de difícil enfrentamento para o governo de Dilma Rousseff, que produzirá reflexos no projeto de reeleição da petista.

O cenário deve se complicar ainda mais com a decisão do governo de realizar cortes no orçamento, o que deve impactar nos investimentos oficiais que há muito sofrem com a incompetência declarada das autoridades palacianas.

É importante lembrar que as medidas anunciadas pelas autoridades econômicas para barrar a alta do dólar decorrem da incompetência de um governo que sempre abusou do discurso ufanista, sem se preocupar com a possível recuperação de várias e importantes economias ao redor do planeta. O máximo que o governo petista fez até então foi culpar países estrangeiros pela tragédia brasileira.

Caso a estratégia do Banco Central não alcance os resultados esperados, o Brasil pode facilmente ingressar em um processo de estagflação, assunto que já é comentado por alguns analistas financeiros experimentados. Se esse binômio – de inflação alta e recuo do crescimento econômico – prevalecer, o PT e o messianismo fajuto de Lula estarão liquidados.