A Senadora cortejada

(*) Waldir Maranhão –

O título que dou a este breve artigo leva adiante o que encabeçou a notícia veiculada no jornal “O Globo”, no último dia 21 de julho, tendo como alvo a postura pública e a posição política da senadora Ana Amélia Lemos, do Partido Progressista.

Diz a matéria do jornal carioca que tanto o senador Aécio Neves, como o governador Eduardo Campos, procuraram a senadora gaúcha “em busca de palanque no Rio Grande do Sul.”

Ana Amélia é um sopro renovador no Senado Federal e no Partido Progressista, começando pelo fato de pertencer a um partido (o PP) situado bem à direita do espectro político brasileiro.

No Senado, alguns adversários apelidam-na de “Miss Farsul” (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), por defender uma das bandeiras mais destacadas da economia de seu Estado de origem. No seu partido, é presidente da Fundação Milton Campos, fundamental para alavancar projetos que estimulem a ação e a reflexão renovadoras sobre o PP. No Estado que a mandou a Brasília com 3,5 milhões votos, ela desponta como uma das mais viáveis candidatas ao Palácio Piratini, sede do governo estadual gaúcho.

Ana Amélia é também jornalista e tem longa familiaridade com a militância política.

O que parece surpresa e deve chamar a atenção em seu perfil é o fato de ela pertencer a um partido alinhado com a direita mais tradicionalista, sendo identificada como uma das figuras capazes de trazer novos ares à atmosfera conservadora que tem marcado a trajetória do Partido Progressista.

Mas, diz a senadora, “não gosto de rótulos: conservadora, vanguardista, liberal. Para mim têm pouco significado. Acredito em causas, em ter agilidade e resultados.”

De fato, Ana Amélia Lemos não está só no PP. Ao seu lado estão outras lideranças do partido, entre as quais é evidente esta verdade: é passado o tempo em que os políticos eram classificados por sua posição “geométrica” no plano político: direita, centro, esquerda, centro-esquerda, centro-direita. Mais que no jogo de futebol, tal nomenclatura – e, sobretudo, o sentido dela – perdeu validade.

O que vale hoje, como disse a senadora, são as causas, os resultados, a presteza em persegui-los e a insistência em tê-los sob foco. É isso, não há dúvida, o que interessa ao eleitor. Como disse um deles, recentemente em São Luís: “Não interessa se o poste na rua vem da direita ou da esquerda. Interessa que ele traga luz elétrica para a rua.”

É interessante ressaltarmos a posição da senadora Ana Amélia Lemos, porque sua postura confirma o fato de que o Partido Progressista vem tratando de renovar-se, de dentro de si próprio, para responder aos novos desafios impostos pelas exigências inadiáveis da realidade brasileira.

O Partido Progressista do Maranhão também se movimenta neste rumo, afirmando, com vigor, que, também aqui, precisamos arejar o ambiente para os novos ares que devem penetrar e varrer o Estado, no sentido da mudança inadiável.

A mudança está a caminho. É só procurar o caminho e acompanha-la.

(*) Waldir Maranhão é deputado federal e presidente do Partido Progressista no Maranhão.