País da Copa: rompimento de adutoras mata, fere e transforma o Rio de Janeiro em mar de lama

(Reprodução TV Globo)
Camisa de força – No país da bilionária Copa do Mundo nada funciona como deveria. Capital de um dos mais importantes estados da federação, o Rio de Janeiro foi palco de dois rompimentos de adutoras em pouco mais de 24 horas. No primeiro acidente, cuja proporção assustou, uma menina de 3 anos morreu, 17 pessoas ficaram feridas, outras centenas desabrigadas e casas foram destruídas pela força da água que jorrou após rompimento de uma adutora da Cedae, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.

Na manhã desta quarta-feira (31), uma segunda adutora da mesma empresa rompeu no bairro de Vicente de Carvalho, subúrbio carioca, inundando várias ruas e avenidas da região. O segundo ocorreu no local onde está sendo construída a Transcarioca, via que ligará o aeroporto Tom Jobim à Barra da Tijuca.

Há algumas semanas, a Cedae realizou inspeção na rede de coleta de esgoto no bairro do Leblon, quando constatou uma ligação clandestina, feita pelo Hotel Marina Palace, na rede de coleta de esgoto. Na ocasião, a empresa apresentou, diante das câmeras das emissoras de televisão, um robô-espião que percorre as galerias subterrâneas e detecta as irregularidades e, por consequência, embasa a aplicação de altas multas. Durante a reportagem, ficou claro que o equipamento em questão era caro, mas o preço justificava por conta do objetivo de despoluir pelo menos seis praias da capital fluminense.

A Cedae se preocupa com as ligações clandestinas e investe valores elevados na compra dos tais robôs, mas não tem o cuidado de acompanhar as obras realizadas por empreiteiras, mesmo que essas não lhe digam respeito.

Não custa lembrar que, até recentemente, em alguns bairros do Rio de Janeiro tampas de bueiros voavam por conta de explosões subterrâneas, provocando danos materiais e ferindo gravemente pessoas.

É inadmissível que o poder público aja com tal displicência, como se a vida do ser humano nada valesse. É preciso que o Brasil esteja nas mãos de governantes sérios e responsáveis, pois do contrário essa baderna que já se tornou institucional jamais será vencida.

É importante destacar que por ocasião da visita de dirigentes da FIFA à Cidade Maravilhosa, que serviu para definir a sede provisória da entidade durante a Copa, o prefeito Eduardo Paes, abusando do seu conhecido estilo galhofeiro, disse, enquanto apontava para a Baía da Guanabara, em dar uma “chinelada na paulistada”.

Que o prefeito do Rio é um oportunista irresponsável, assim como muitos políticos, todos sabem, mas se faz premente que alguém avise a esse senhor que paisagem não é sinônimo de gestão pública competente e séria. O Criador deu uma considerável ajuda ao caprichar na paisagem nacional, mas é preciso que os brasileiros aprendam a escolher os políticos que decidem o futuro do País.