Coisa de cinema – O crime ocorrido na Zona Norte da capital paulista, no qual cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas, sendo dois policiais militares, pode ter sido provocado por um garoto de 13 anos, que teria assassinado os parentes e, após retornar da escola, se suicidado. Pelo menos essa é a conclusão preliminar da Polícia Militar, que vistoriou a casa onde moravam Andréia Regina Bovo Pesseghini e o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, ambos policiais militares.
Apesar de o comandante da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, ter levantado essa hipótese que serviria como enredo de filme de suspense, a possibilidade de o garoto Marcelo Pesseghini, de 13 anos, ter assassinado os pais, a avó e a tia é muito remota, pois os crimes teriam sido cometidos com um pistola .40, arma de fogo que produz um tranco forte demais para um garoto que acabava de estrear na adolescência. Fora isso, a pistola .40 produz barulho no momento do disparo, o que teria chamado a atenção dos vizinhos.
As investigações tornam-se ainda mais polêmicas porque a polícia trabalha com o fato de que o garoto pode ter assassinado os parentes e em seguida ido à escola. Somente ao retornar é que teria cometido suicídio.
Facções disparam ordens a partir de presídios
Independentemente da conclusão da perícia e das investigações, não se deve ignorar que a principal facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios emitiu ordem aos seus filiados, no começo de julho, para que fossem comprados fuzis e munição na Bolívia, que seriam utilizadas no assassinato de policiais, principalmente militares. A carta que contém as tais ordens foi interceptada no presídio de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, mas sua abrangência é irrestrita. Ordens como essa dificilmente são repassadas a todos os integrantes da facção por meio de uma única carta.
É importante destacar que a instabilidade na segurança pública tem múltiplos interessados, começando pelos próprios criminosos e por políticos que se beneficiam, direta ou indiretamente, do caos instalado. Além de levar pânico à população, uma onda de ataque serve para que surja, em meio ao caos, um salvador da pátria. Que todos fiquem atentos a esses movimentos, pois nos bastidores o jogo é sujo e covarde.