Restaurante de SP transforma a calçada em propriedade privada e extensão do negócio

Sem respeito – Os brasileiros precisam reconhecer que Luiz Inácio da Silva, o lobista magnânimo em plena fuga, deixou ao País um enorme legado: o culto à impunidade. Por conta disso, o “vale tudo” se alastrou pelo Brasil, como se o desmando fosse a tônica do cotidiano.

Em São Paulo, quarta maior cidade do planeta, agora sob a direção do petista Fernando Haddad, o desrespeito ao pedestre chega a ser revoltante. Não bastasse a enorme quantidade de buracos nas calçadas, o que coloca em risco a saúde e a integridade de quem circula a pé pela capital dos paulistas, negócios privados agora avançam sobre o passeio público sem cerimônia.

Nos tempos em que a política não era considerada uma ode à imoralidade, entendia-se por passeio público o espaço destinado aos pedestres e de propriedade do povo, não de alguns alarifes que colocam mesas e cadeiras de restaurantes sobre a rota de quem precisa passar, vilipendiando o direito de ir e vir do cidadão.

Que a chegada de Lula ao poder central institucionalizou a baderna no País todos sabem, mas os cidadãos não podem permitir que empresários transformem em privado aquilo que é público.

Na elegante e badalada região dos Jardins, em São Paulo, onde supostamente o nível de entendimento dos cidadãos deveria acompanhar o poder aquisitivo dos seus moradores e frequentadores, a ignorância que emana de alguns comerciantes se alia à omissão conivente do poder público. Na Alameda Lorena, o restaurante Kiichi, especializado em culinária japonesa, se valeu da ousadia de seus proprietários e cercou uma parte da calçada, como se a porção invadida fizesse parte do imóvel onde funciona o negócio.

A cerca, que transformou em chiqueirinho vip o espaço público, obriga que os pedestres formem uma fila indiana que se reveza com outra que funciona no sentido contrário. Quem quiser acelerar o passo deve correr o risco de andar pela rua, podendo ser atropelado. A ocupação de parte do passeio público se dá sob permissão de uso, respeitado um espaço livre de pelo menos 1,2 metros para a circulação de pedestres e cadeirantes.

A reportagem do ucho.info, que foi ao local e registrou o absurdo, telefonou para o Kiichi e de um dos responsáveis pelo estabelecimento ouviu que o fiscal da prefeitura já visitou diversas vezes o restaurante e jamais contestou a ilegalidade.

Na sequência, a reportagem telefonou para o subprefeito de Pinheiros, Angelo Salvador Vilardo, responsável pela área que engloba a região dos Jardins, para ter informação sobre essa absurda ocupação da calçada, que, reforçamos, é um bem público. O chefe de gabinete Antonino Grasso, que atendeu a reportagem, disse por telefone que a subprefeitura tomará as devidas providências a partir desta matéria.

O Brasil só retomará a normalidade de outrora se cada cidadão atuar como fiscal diuturno do poder público, em todas as instâncias, que por causa da própria inoperância permite que alguns ousados se apoderem do que não lhes pertencem.