Tiro certeiro – Em sua mais recente edição, a revista semanal Época traz matéria sobre a cobrança de propinas na Petrobras, o que jamais foi novidade. Para que o assunto não provoque surpresas, vale ressaltar o episódio em que o ex-petista Silvio Pereira, que recebeu de um fornecedor da estatal um veículo da marca Land Rover para facilitar os negócios da empresa com a petroleira.
De acordo com o lobista João Augusto Henriques, propinas eram cobradas para o fechamento de contratos com a Petrobras, sendo que o dinheiro, fruto do crime, foi distribuído a deputados do PMDB e acabou no caixa da campanha presidencial. O que de igual maneira não é novidade, pois campanha eleitoral sem dinheiro de propina é sonho de uma noite de verão.
Que a Petrobras sempre foi usada como palco de negociatas todos sabem, mas é a primeira vez que um dos envolvidos nos esquemas criminosos da estatal resolve contar o que sabe. E isso só foi possível porque alguém certamente não cumpriu o combinado.
Quando afirmamos que esses negócios obscuros e ilegais acontecem com frequência nos bastidores da empresa não se trata de mera conjectura ou sensacionalismo jornalístico. Uma das áreas da Petrobras mais afetadas por essas falcatruas é a divisão internacional da empresa. Haja vista o escândalo em que se transformou a compra de uma refinaria obsoleta em Pasadena, no estado norte-americano do Texas, pela pequena fortuna de US$ 1,18 bilhão, sendo que nos dias atuais não há quem pague US$ 200 milhões pela empresa.
Mas o escárnio maior não a refinaria texana e a cobrança de propina em contratos. Em 2005, quando o escândalo do Mensalão do PT recheava o cardápio da CPI dos Correios, cargos na divisão internacional da Petrobras foram oferecidos a alguns frequentadores da política, em Brasília, como forma de evitar o vazamento de informações sobre o esquema de corrupção comandado pelos petistas palacianos e que garantiu a Lula o controle da chamada base aliada, que na verdade era vendida, como ainda é a atual.
O assunto é do conhecimento de alguns parlamentares e frequentadores do Congresso Nacional, mas o assunto é recoberto por obsequioso silêncio quando vem à tona. Não é a primeira vez que o ucho.info denuncia o caso, após ter acompanhado de perto uma dessas negociações para a compra do silêncio alheio, que para a sorte do País acabou fracassando.