Dólar fecha recua em dia de divulgação de dados sobre péssimo desempenho da indústria

Números assustadores – Após abrir em alta e chegar a R$ 2,4042, o dólar encerrou os negócios desta terça-feira (3) cotado a R$ 2,3598, queda de 0,58%. Na semana, a moeda norte-americana já registrou queda de 1,06%, mas no ano a alta é de 15,41%. O recuo da divisa dos Estados Unidos se deveu à entrada de grande quantidade da moeda em operações de uma empresa, possivelmente do setor de comércio exterior.

A cotação do dólar na casa de R$ 2,40 veio para ficar, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para quem esse patamar ajuda a indústria brasileira. Apesar da declaração, o superávit da balança comercial em agosto mostrou que essa teoria, lógica, é bom lembrar, não funciona em países como o Brasil, que tem uma série de problemas no setor de infraestrutura, por exemplo, corroendo sistematicamente as possibilidades de negócios.

Enquanto o dólar recuava, o Banco Central prometia para a quarta-feira (4) mais um leilão de swap cambial, o que em tese pode fazer com que a moeda ianque permaneça no patamar atual.

Se por um lado Fernando Pimentel enxerga na valorização do dólar uma oportunidade para a indústria nacional, o desempenho do setor foi um fiasco em julho, com queda de 2%. Com esse número, a produção industrial do País zerou o avanço registrado em junho (2,1%) e confirma as expectativas de um terceiro trimestre desanimador, com possibilidade de índices negativos no PIB, apesar do ufanismo recorrente dos palacianos. No acumulado do ano a produção industrial brasileira registra avanço de 2%, mas em doze meses esse índice cai para pífio 0,6%, o que é preocupante.

De acordo com o IBGE, a queda foi registrada em 15 dos 27 setores pesquisados, sendo que os que mais recuaram foram os de veículos automotores (-5,4%) e farmacêutico (-10,7%). Também apresentaram índices negativos as indústrias de borracha e plástico (-4,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,6%), alimentos (-1,4%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-9,4%), máquinas e equipamentos (-1,6%), outros equipamentos de transporte (-3,3%), metalurgia básica (-1,8%) e outros produtos químicos (-1,5%).

Esse cenário confirma as expectativas dos analistas financeiros e dos empresários em relação ao desempenho da economia no segundo semestre do ano. Quando os setores de celulose e de máquinas e equipamentos apresentam números negativos, não há como negar a existência de tempestade no horizonte. Somente o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, consegue manter flanando as suas mentirosas profecias.