Jornalistas amestrados abusam da opinião pública e defendem decisão de Dilma de não viajar aos EUA

Missa encomendada – Chega a ser nauseante ver jornalistas amestrados defenderem os equívocos do governo petista de Dilma Rousseff. Como se o Brasil já vivesse sob o manto de uma ditadura socialista, para se conseguir informações exclusivas no Palácio do Planalto só há dois caminhos: encontrar algum servidor decidido a contar a verdade, mesmo contra as ordens palacianas, ou obedecer às ordens do governo.

Defender a presidente Dilma Rousseff em sua decisão de cancelar a viagem aos Estados Unidos mostra o despreparo desses jornalistas, que mostram desconhecimento de política internacional e de diplomacia. Uma coisa é condenar a espionagem, que até agora carece de comprovação, outra é deixar de cuidar dos interesses do País por questões ideológicas.

Está mais do que evidente que o cancelamento da viagem é uma estratégia do governo e também do PT para que o caso não saia da mídia tão cedo, especialmente no momento em que o Palácio do Planalto se vê às voltas com um gravíssimo escândalo de corrupção no Ministério do Trabalho, cujos desvios de dinheiro público devem ultrapassar a casa de R$ 400 milhões.

Fora isso, a queda de Dilma nas pesquisas de opinião pode ganhar novo fôlego com o episódio envolvendo a Casa Branca. No final de semana, o ex-presidente Lula, que é o verdadeiro dono do atual governo, aconselhou sua sucessora a cancelar a viagem aos EUA. Uma decisão obtusa e desprovida de qualquer sensibilidade diplomática.

Em situação muito pior, Barack Obama não deixou de participar do encontro do G-20, em São Petersburgo, na Rússia, apesar de Vladimir Putin ter concedido asilo temporário a Edward Snowden, ex-analista da National Security Agency (NSA) e na ponta da avalanche de denúncias sobre as espionagens realizadas pelo governo norte-americano.

Enquanto levar em conta o que jornalistas desse naipe, que se ajoelham diante do Palácio do Planalto, o Brasil estará avançando de forma ininterrupta na direção de um perigoso Estado de exceção, nos mesmos moldes do que vem corroendo sistematicamente a vizinha e decadente Venezuela.