Corrupção: Ministério do Trabalho seria poupado se o PT não tivesse manipulado a CPI das Ongs

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom - ABr)
É bom lembrar – O silêncio obsequioso de Dilma Rousseff, a presidente, em relação ao escândalo de corrupção no Ministério do Trabalho, com desvio de recursos públicos que ultrapassa com folga a casa dos R$ 400 milhões, foi interrompido rapidamente pela ainda chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que afirmou nada ter de errado na atuação do ministro da pasta, o pedetista Manoel Dias, que já fez ameaças.

Os atuais inquilinos do Palácio do Planalto sabem que Manoel Dias não está de brincadeira e que qualquer movimento minimamente brusco pode romper o dique de contenção do mar de lama em que se transformou a Esplanada dos Ministérios. Como acontece em muitas outras pastas, os esquemas de corrupção têm em uma das pontas organizações não governamentais, as ONGs, que no Brasil servem para viabilizar o crime para os que estão instalados no poder e precisam manter as aparências.

O mais novo escândalo do Ministério do Trabalho é de tal forma acintoso, que atingiu o secretário-geral da Presidência, o petista Gilberto Carvalho, olheiro de Lula no Planalto. Por questões óbvias e conhecidas, o assunto começa a perder força na grande imprensa, porque fala mais alto a propaganda oficial, que na última década tem atuado como pauteira da mídia nacional.

No ucho.info, sabem os leitores, não se tergiversa e muito menos se faz jornalismo de encomenda. Nosso compromisso primeiro é com a verdade e de tal modo cabe-nos revelar os fatos e conectá-los com outros tantos correlatos. Não se pode apagar da história a decisão do então presidente Lula de instalar o senador Inácio Arruda, do PCdoB do Ceará, no cargo de relator da CPI das Ongs, cuja criação foi sugerida pelo ex-senador Heráclito Fortes (DEM-PI).

Repetindo a receita petista de abafar escândalos, Inácio Arruda produziu um relatório vergonhoso, o que só foi possível porque a tropa de choque do governo do PT barrou todas as iniciativas de investigação de Ongs, começando pelas muitas que gravitam na órbita da agora combalida Petrobras. A possibilidade de a digital do PT ser identificada em alguma operação escusa envolvendo Ongs era tamanho, que Inácio Arruda chegou a sair da relatoria da CPI, mas depois de uma manobra repentina reassumiu o posto até a entrega de um documento que só pode ser classificado como pífio.

Voltando ao escândalo do Ministério do Trabalho, o pedetista Manoel Dias enxertou no espectro de sua ameaça o PSB de Fernando Henrique Cardoso, mas é sabido que o telhado de vidro maior nessa “Casa da Mãe Joana” é de propriedade do Partido dos Trabalhadores, a legenda que chegou ao poder central com a derradeira solução para os problemas do universo, mas que o tempo mostrou ser um grupo de bandoleiros com mandato.