Na ONU, Barack Obama defende saída diplomática para os casos de Síria e Irã

Paz na pauta – Em discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desafiou as Nações Unidas a responderem de forma mais ativa à questão síria e anunciou que usará o tempo que lhe resta na Casa Branca para melhorar as relações com o Irã.

Obama confirmou que designou seu secretário de Estado, John Kerry, para que conduza as novas conversas com Teerã. Na próxima quinta-feira, o chefe da diplomacia americana se encontrará com o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, no que será a reunião de mais alto nível entre representantes dos dois países desde 1979, ano da Revolução Islâmica.

“Os obstáculos podem se provar grandes, mas eu acredito firmemente que o caminho diplomático deve ser testado”, disse Obama. “E as palavras conciliatórias devem ser acompanhadas de ações que sejam transparentes e verificáveis.”

Desde que chegou ao poder, em agosto passado, o presidente iraniano, Hasan Rowhani, vem tentando deixar de lado a retórica de confronto de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, e acenou com um possível diálogo com Washington para pôr fim ao impasse sobre o programa nuclear. Entre os motivos estaria a necessidade de levantar as sanções ocidentais que sufocam a economia do Irã.

“Perigo é EUA se afastarem”

No discurso, Obama também exortou o Conselho de Segurança da ONU a aprovar uma resolução que garanta que a Síria mantenha seus compromissos sobre a entrega das armas químicas. Ele disse que os EUA vão fornecer ajuda humanitária adicional de 340 milhões de dólares ao país.

“Nas últimas semanas, EUA, seus aliados e a Rússia fizeram um acordo. O governo sírio deu um primeiro passo”, assinalou Obama. “E agora é preciso uma resolução forte do Conselho de Segurança para verificar se a Síria vai cumprir. Caso o país não cumpra, deverá haver consequências.”

O presidente americano destacou também a política externa de Washington para o Oriente Médio e deixou claro que os EUA vão tomar uma ação direta para eliminar as ameaças quando necessário – usando, inclusive, a força militar quando a diplomacia falhar.

“O perigo para o mundo não é os EUA não se envolverem em outros assuntos. O perigo é que os EUA se afastem, criando um vácuo que nenhum outro país é capaz de preencher”, afirmou. (Com agências internacionais)