CPI exige explicações da OAS e do Aeroporto de Guarulhos sobre tráfico de trabalhadores

Fala que eu te escuto – A Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Pessoas decidiu nesta terça-feira (1) enviar pedido de explicações à construtora OAS e à diretoria da empresa que administra o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Fiscalização do Ministério do Trabalho, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT), resgatou, na última semana, 111 operários em condições análogas à escravidão no terminal aéreo que está sendo ampliado.

Os homens foram recrutados em diversos estados do Nordeste e estavam em alojamentos considerados irregulares pelos fiscais. Os nordestinos declararam à imprensa que foram procurados em suas cidades por pessoas que se diziam estar a serviço da OAS.

Para o presidente da Comissão, deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), os esclarecimentos são necessários já que são graves as acusações feitas por trabalhadores que se dizem lesados pela empreiteira. Na sessão da CPI desta terça-feira foi reapresentada uma reportagem feita pelo programa Conexão Repórter, do SBT, em que os operários nordestinos apontam prepostos da OAS como os responsáveis pelo agenciamento, transporte e hospedagem deles em São Paulo.

“O vídeo e as declarações dadas são mais que suficientes para que esta CPI busque a verdade neste episódio que se repete, por isso, a necessidade de ouvir estes empresários”, justificou o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Há ainda na CPI dois pedidos de convocação dos responsáveis pela obra de ampliação do aeroporto de Guarulhos, que devem ser votados em breve. Nos requerimentos aprovados são solicitadas as oitivas do presidente da GRU Airport – empresa que administra o terminal aéreo, Antonio Miguel; e do presidente da empreiteira OAS, Carlos Eduardo Barreto.

Silêncio oficial

Continua causando estranheza o fato de o governo petista de Dilma Rousseff não ter escalado alguém de confiança para falar sobre o tema. Estivesse o governo federal sob o comando da oposição, o PT já teria feito uma gritaria ensurdecedora.

O silêncio mais condenável é o da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, que não perde qualquer oportunidade para criticar os adversários, mesmo sem provas. No caso do regime análogo à escravidão nas obras de ampliação do Aeroporto de Guarulhos, Maria do Rosário adotou uma mudez obsequiosa para não comprometer o governo da companheira Dilma.

Ou seja, muito antes de ser especialista em gritaria oposicionista, o PT usa e abusa da teoria popular dos “dois pesos e duas medidas”.