Cirurgia afasta Cristina de Kirchner do governo da Argentina, que enfrenta crise

(Associated Press)
No estaleiro – Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, presidente da Argentina, mergulhou em um inferno astral. Depois de avaliação médica no final de semana, que culminou com a recomendação de afastamento do governo durante trinta dias, a presidente sentiu formigamento no braço esquerdo e será submetida a cirurgia na terça-feira (8). O procedimento cirúrgico servirá para que a Cristina de Kirchner corrigir um hematoma subdural (acúmulo de sangue na cabeça).

“A presidente apresentou no domingo um formigamento em seu braço esquerdo (…) registrando uma transitória e leve perda de força muscular em seu membro superior. É indicada a intervenção cirúrgica que consiste na retirada do hematoma”, indicou a Fundação Favaloro.

A presidente argentina foi internada nesta segunda-feira para exames cardiovasculares pré-cirúrgicos, mas a operação gera preocupação e muitas especulações no país.

A cirurgia e o período de recuperação manterão Cristina de Kirchner fora de combate durante pelo menos um mês, no momento em que faltam três semanas para as eleições legislativas, que acontecem no próximo dia 27 de outubro. Esse processo eleitoral de meio de mandato definirá o tamanho do poder que a presidente terá nos dois últimos anos de seu governo.

O vice-presidente Amado Boudou antecipou o retorno de uma viagem ao Brasil e à França e assumiu formalmente, no final de semana, a presidência, uma vez que Cristina continua no comando.

De acordo com o porta-voz da Casa Rosada, o hematoma subdural pode ser decorrência de uma queda sofrida em agosto, quando os médicos a liberaram para continuar no comando do país.

O afastamento de Cristina de Kirchner acontece em um período de dificuldade para o governo argentino, que enfrenta uma intensa batalha judicial nos Estados Unidos sobre o calote da dívida do país, que é a terceira maior economia da América Latina.

Fora isso, a Casa Rosada está em alerta por causa da crise política, que se intensifica a cada dia pela alta da inflação, a insatisfação popular e uma queda de braços com a imprensa local, que luta contra a efetivação da chamada lei de meios.