Começa destruição do arsenal de armas químicas do ditador Bashar al-Assad

(Reuters)
Ver para crer – Peritos internacionais começaram, no domingo (6), a destruir parte do arsenal químico do regime do ditador sírio Bashar al-Assad, segundo informações de um responsável da missão conjunta da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Hoje é o primeiro dia da destruição, na qual veículos pesados passam sobre ogivas, bombas aéreas químicas e equipamentos móveis e fixos de mistura e preenchimento”, afirmou um membro da equipe à agência de notícias AFP.

Os inspetores da Opaq e da ONU chegaram a Damasco na última terça-feira (1) para aplicar o plano proposto pela comunidade internacional e ratificado pela Organização das Nações Unidas. A operação tem por objetivo destruir o arsenal químico sírio, eliminando as armas até meados de 2014. O plano faz parte do acordo selado entre os Estados Unidos e a Rússia para evitar uma intervenção militar na Síria.

É a primeira vez que uma operação de desarmamento químico ocorre em um país em pleno conflito armado. A guerra civil começou em março de 2011 e, de acordo com dados da ONU, já provocou mais de 110 mil mortes.

Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, o presidente sírio Bashar al-Assad negou, mais uma vez, o uso de gás tóxico contra civis e a oposição armada, na guerra civil. “Nós não usamos armas químicas. Isso está errado. E a imagem que vocês fazem de mim, de um homem que mata o seu próprio povo, também é errada.”

Assad colocou em dúvida o relatório da ONU sobre os ataques químicos de 21 de agosto de 2013, acusando os rebeldes de terem usado o gás dos nervos sarin. Os Estados Unidos culpam o regime de Assad pelo ataque com armas químicas em Damasco, que teria matado mais de 1.400 pessoas.

A grande dúvida, que até então não foi levantada pelas autoridades, é sobre a veracidade das informações prestadas por al-Assad sobre o arsenal químico em posse do seu governo. A Síria não tinha outra saída, que não ceder à pressão internacional, mas com o apoio de Moscou conseguiu protelar ao máximo a intervenção de autoridades para destruir as armas químicas. Bashar al-Assad teve tempo suficiente para sumir com parte do arsenal, o que pode permitir que no futuro ocorram novos ataques como o deflagrado nos arredores de Damasco e que matou mais de 1,4 mil pessoas, 400 delas crianças. (Com agências internacionais)