Operação Miqueias: dinheiro grosso está movimentando o submundo da informação no Brasil

Cartilha imunda – Nada pode ser pior do que jornalismo de encomenda, pois trata-se de enganar a opinião pública e colocar muito dinheiro no bolso. A situação torna-se pior quando quem escreve desrespeita a cronologia dos fatos e nem mesmo considera um mínimo de tempo entre um fato e outro, como se esses acontecessem em sequência, apesar de tratarem de assuntos totalmente distintos.

A Operação Miqueias, deflagrada pela Polícia Federal para prender uma quadrilha que operada um esquema criminoso de desvio de dinheiro de fundos de pensão municipais e estaduais, rendeu as mais diversas reportagens, mas algumas são verdadeiros escândalos.

Encomendadas por grupos políticos que querem desestabilizar adversários, essas matérias jornalísticas sequer levam em conta a capacidade de raciocínio do leitor. Há escândalos tão flagrantes nessas reportagens, que até mesmo um desavisado consegue perceber que entre um fato e outro o tempo seria exíguo para que acontecessem.

Unir fatos em uma mesma matéria é o diferencial do ucho.info, mas é preciso responsabilidade ao fazer esse tipo de jornalismo, sob pena de se cair no descrédito. Analisando cuidadosamente as reportagens da Operação Miqueias é possível identificar o viés de encomenda em algumas delas, o que mostra a forma venal como alguns jornalistas exercem a profissão.

Em um dos casos, o jornalista menciona dois fatos isolados e de assuntos distintos, envolvendo o mesmo investigado, como se o fator tempo não contasse. É bom lembrar que as gravações telefônicas da Operação Miqueias, disponibilizadas pela Polícia Federal, foram feitas muito antes da deflagração da ação policial. Só os profissionais da comunicação que estão acostumados ao dinheiro imundo são capazes de juntar fatos desconexos em uma mesma matéria, como forma de atender aos desejos obscuros dos contratantes.

Esse tipo de jornalismo, que não tem espaço no ucho.info, tem rendido a alguns profissionais a oportunidade de engordar o patrimônio de forma vil, enquanto criticam a forma como os acusados ganharam R$ 600 mil em quatro anos. Há no mercado negro da informação quem cobra muito dinheiro para plantar uma notícia mentirosa. Enfim…