O Brasil está de ponta-cabeça, mas Mantega garante que a economia dá sinais de recuperação

Curto-circuito – Como sempre afirma o ucho.info, a equação do governo para a economia brasileira é ilógica e não fecha. A cada novo dia que surge, a realidade mostra-se tão cristalina e assustadora que não há como os palacianos tentarem explicar o inexplicável. Tudo o que vem sendo tentado para conter a crise econômica tem o estrito objetivo de salvar o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff, que com a ajuda de seus assessores continua embalando a incompetência.

Sem conseguir emplacar pelo menos uma de suas muitas previsões equivocadas, o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, surgiu em cena com mais uma desculpa esfarrapada para justificar o fiasco em que se transformou a política econômica do governo petista da companheira Dilma Rousseff. Disse Mantega que a economia global teve em 2013 o segundo pior ano da crise que começou em 2008. Mesmo assim, o titular da Fazenda garantiu que há sinais de recuperação da economia.

Como o ministro não aponta esses sinais de recuperação, este site tem o compromisso de não deixar os brasileiros à deriva nesse oceano de mentiras oficiais. Há dias, rebatendo críticas dos adversários que terá de enfrentar na corrida presidencial do próximo ano, Dilma, a presidente, disse que o PT jamais abandou, ao longo da última década, o chamado tripé econômico, que prevaleceu na era FHC e contempla o câmbio flutuante, o atendimento às metas de inflação e o cumprimento das metas de superávit.

Começando pelo câmbio flutuante, o governo está perdido e não sabe o que fazer com a oscilação cambial. Até recentemente, o Banco Central vinha realizando diariamente leiloes milionários de dólar nos mercados à vista e futuro como forma de conter a valorização da moeda norte-americana. Agora, no vácuo da disputa política que paralisou o governo dos Estados Unidos por quase duas semanas, as autoridades brasileiras anunciam a adoção de medidas para conter a desvalorização do dólar.

Com o dólar desvalorizado o governo consegue manter a inflação sob controle, cenário que não é vislumbrado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que há dias elevou a taxa básica de juro (Selic) para 9,5% ao ano. Com esse cenário de dólar em baixa, o Brasil passa a importar muito mais, o que prejudica a balança comercial, não sem antes corroer ainda mais a indústria nacional, que perde espaço no mercado interno para os produtos estrangeiros e não consegue alcançar competitividade mínima em termos de preços que garanta as exportações. No contraponto, o dólar valorizado deveria, em tese, beneficiar o setor de exportações, mas isso não acontece por causa do chamado “custo Brasil”.

No tocante ao atendimento às metas de inflação, o governo de Dilma Vana Rousseff se acostumou com a ideia de que o teto da meta é o centro da mesma. E por isso comemoram quando o mais temido fantasma da economia flana na casa de 6% ao ano, quando o centro da meta é de 4,5%. Fora isso, e muito mais preocupante, a inflação real, aquela com que o brasileiro se depara na prateleira do supermercado, já gravita na órbita de 20% ao ano. Em um país onde a média dos reajustes salariais está entre 6% e 7%, dependendo das categorias laborais, a inflação real é um dinossauro carnívoro e faminto.

Em relação ao cumprimento das metas de superávit, o governo de forma corriqueira muda as regras do jogo como forma de enganar a parcela da opinião pública que entende do assunto e escapar das duras críticas oposicionistas.

Para piorar o que já é ruim, o governo do PT, que vem colecionando seguidos recordes de arrecadação, tem sérias dificuldades para investir o suado dinheiro do contribuinte, que cada vez mais sente no bolso a mão gatuna e pesada do Estado, que não dá a devida contrapartida. Mesmo sendo obrigado a rasgar o discurso do passado contra as privatizações, o PT palaciano se viu obrigado a procurar o capital privado para tentar recuperar a obsoleta infraestrutura do País. Apesar de todos os esforços, as inseguranças jurídicas que brotam no vácuo do ideário comunista espantam possíveis investidores.

Contudo, como se o governo do Partido dos Trabalhadores fosse uma reunião de seres especiais originados a partir do cruzamento de herdeiros de Aladim com monges tibetanos, Guido Mantega ousa afirmar que a economia brasileira dá sinais de recuperação. Como disse certa feita um conhecido e gazeteiro comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.