Creches: ao negar promessa, Dilma mostra que sofre de amnésia presidencial, diz líder do PPS

Parafuso solto – “Acredito que a presidente Dilma, que só pensa na reeleição, deve estar sofrendo de amnésia presidencial”, afirmou nesta quarta-feira o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), ao comentar o ataque da petista a imprensa com relação à promessa de construção de creches.

Dilma afirmou que nunca prometeu construir 8 mil creches, como divulga a mídia. “O governo federal tem esse compromisso com as 6.000 creches. Tem umas coisas estranhas, que eu sempre estou dizendo que é estranha. De repente, meu compromisso de 6.000 virou 8.000. Não sei muito bem de onde que apareceu os 8.000”, disse ela.

No entanto, a presidente esqueceu que foi ela mesmo que divulgou o número no final do abril, no programa de rádio “Café com a Presidenta”. Na época, a petista informou que 3.180 creches estavam em obras ou já concluídas e que esse número iria chegar a mais de 8 mil.

“Dessas 3.180, Luciano, 612 estão prontas e 2.568 já estão em obras. Além disso, nós temos contratadas e ainda não iniciadas mais 2.217 creches. E aí, então, nós vamos ter um total, que é 5.397 creches, somando as creches entregues, as em obras e as contratadas e ainda não iniciadas. Mas nós, Luciano, queremos mais, queremos muito mais. Nós estamos selecionando novos projetos para garantir os recursos do governo federal para a construção de mais 3.288 creches. Assim, somando as 5.397 creches com as 3.288, nós vamos chegar a 8.685 creches. O nosso compromisso era 6 mil, mas é muito possível que seja um número maior que nós vamos entregar de creches”, garantiu Dilma.

“É preciso que a presidente Dilma tenha mais cuidado com os números que divulga. Até porque a palavra da presidente, quando dada, precisa ser cumprida”, ponderou o deputado Rubens Bueno.

Líder condena descumprimento de acordos

O líder do PPS lembrou que esse caso das creches não é o único exemplo do esquecimento presidencial. “O governo fechou acordo com as entidades médicas para incluir na MP do programa Mais Médicos um trecho que previa uma carreira específica para os profissionais. Agora, a presidente descumpre a promessa e veta esse dispositivo. É um desrespeito total”, criticou o líder do PPS.

O mesmo está ocorrendo, completa o deputado, com a votação do projeto que estabelece um piso nacional para os agentes de saúde. “O governo concordou em fixar o piso em R$ 950 e votar a matéria nesta quarta-feira. Agora, está fazendo de tudo no plenário para impedir a votação do projeto. Assim fica difícil confiar na palavra do governo”, finalizou o parlamentar.