Tempestades chegam ao norte da Europa com força e violência

(Reuters)
Força da natureza – As primeiras grandes tempestades de outono, que atingem a Europa desde o início da semana, já causaram pelo menos 16 mortos e deixaram várias cidades do continente em situação caótica. Os ventos e chuvas forçaram atrasos e cancelamentos no transporte aéreo e ferroviário e causaram acidentes rodoviários. Entre os principais países atingidos, Alemanha e Reino Unido.

Na Alemanha, ventos de mais de 170 quilômetros por hora deixaram sete mortos em uma série de acidentes. Caminhões tombaram devido ao vento, e voos tiveram que ser cancelados. No Reino Unido, três pessoas morreram. Na Dinamarca e na Holanda, foram duas vítimas, e na França, uma. No norte da Alemanha, na França e no Reino Unido, centenas de milhares de casas ficaram sem energia elétrica.

A tempestade “Christian”, que chegou à categoria de furacão, começou a ser sentida no Reino Unido na noite de segunda-feira (28) e se deslocou em direção à Alemanha, atingindo com violência o norte do país. Outro fenômeno, o ciclone “Burkhard”, também causou instabilidade na região. O Serviço Alemão de Meteorologia (DWD, na sigla em alemão) afirma que em algumas regiões os ventos chegaram a 173 quilômetros por hora.

O centro meteorológico internacional registrou ventos de 191 quilômetros por hora no Mar do Norte, o que seria um recorde para a região.

Sete mortes na Alemanha

As tempestades atingiram a Alemanha com violência. Em Gelsenkirchen duas pessoas morreram quando uma árvore caiu sobre o automóvel em que estavam. O mesmo ocorreu com outro motorista, morto em uma rodovia na região da Baixa saxônia, e com um homem na cidade de Flensburg, no estado de Schleswig-Holstein. Na mesma região, uma mulher morreu em seu jardim após ser atingida pela queda de um muro.

No domingo, em um lago na região de Colônia, um velejador morreu após seu barco adernar. Em Sundern, na região da Renânia do Norte-Vestfália, um pescador perdeu sua vida, suspeita-se que pelo mesmo motivo.

O norte do país sofreu severas complicações no tráfego ferroviário. No início da noite de segunda-feira a linha Dortmund-Hanover-Berlim ficou praticamente interrompida. A região mais afetada foi a de Schleswig-Holstein, onde fileiras de árvores caíram, bloqueando o tráfego regional por um longo período. Algumas rotas ainda permaneciam fechadas nesta terça-feira (29).

O aeroporto de Düsseldorf teve diversos voos cancelados na segunda-feira, enquanto em Hamburgo, 15 aeronaves com em torno de 1.500 passageiros não puderam aterrissar. Muitos voos para a cidade foram cancelados.

De acordo como o DWD, a tempestade se move para o leste, aliviando as condições do tempo na Alemanha. No decorrer da semana os ventos deverão se acalmar. Tempestades são aguardadas apenas no litoral, no norte do país.

Caos no Reino Unido

Na região sul do Reino Unido, as tempestades deixaram ao menos quatro vítimas e dois desaparecidos. Duas pessoas morreram em decorrência da queda de árvores, além de duas outras atingidas por uma explosão de gás em sua residência em Londres. No aeroporto de Heathrow, 130 voos foram cancelados – em torno de 10% da capacidade dos terminais.

O transporte ferroviário chegou a ser paralisado no sul do país. O serviço de transporte marítimo entre França e Reino Unido teve de ser temporariamente interrompido. Mais de 450 pessoas ficaram presas em balsas do lado de fora do porto de Dover, que permaneceu fechado por mais de duas horas. Na segunda-feira, 580 mil residências ficaram temporariamente sem energia elétrica.

Em Amsterdã as autoridades holandesas pediram aos cidadãos que ficassem em suas casas. Diversas linhas de trem foram avariadas por quedas de árvores, e cabos elétricos foram rompidos. Cerca de 50 voos foram cancelados no aeroporto internacional de Schiphol.

Na Ilha de Belle-Ile, na costa oeste da França, uma mulher morreu após ser arrastada ao mar por uma rajada de vento. No oeste do país, 75 mil casas ficaram sem eletricidade na manhã de segunda-feira.

Na Dinamarca um homem morreu ao ser atingido por um tijolo na queda de um muro. Em torno de 50 de passageiros ficaram presos dentro de aviões no principal aeroporto de Copenhagen, porque os fortes ventos não permitiam conectar as escadas às aeronaves para o desembarque. A polícia dinamarquesa pediu aos moradores de Copenhagen que não deixassem suas casas, já que tempestades eram esperadas em países banhados pelo Báltico. (Com agências internacionais)