Virou moda – Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim recebeu, na quinta-feira (7), passaporte diplomático concedido pelo Ministério de Relações Exteriores. O documento, que também foi concedido à mulher de Jobim, Adrienne Senna, garante benefícios como acesso a fila de entrada separada e tratamento menos rígido nos portos e aeroportos de países com os quais o Brasil mantém relação diplomática.
O pedido foi enviado pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, em outubro passado, e o chanceler Luiz Alberto Figueiredo atendeu à demanda com base no decreto que estabelece as regras para a concessão do passaporte especial. A legislação prevê a entrega de passaporte diplomático “às pessoas que, embora não relacionadas nos incisos deste artigo, devam portá-lo em função do interesse do país”.
Essa foi a justificativa apresentada para a concessão de passaportes diplomáticos aos filhos e parentes do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, em 2010, sempre lembrando que essas pessoas não são de interesse do país, nem mesmo em sonho.
No caso de Jobim, o passaporte diplomático foi renovado, uma vez que o anterior, concedido quando o gaúcho era ministro de Estado, perdeu a validade. Justificou o Itamaraty que é praxe conceder o documento a ex-ministros.
Vale destacar que Nelson Jobim jamais foi do interesse do País, nem mesmo enquanto estava ministro, que dirá agora que voltou à condição de reles cidadão comum. Considerando que os desgovernos petistas têm batido seguidos recordes de número de ministros de Estado, em breve não será regalia alguma ter o tal passaporte diplomático, pois em feriado ou temporada de férias a fila de autoridades nos aeroportos será maior que a de passageiros comuns.
Com esse novo passaporte, que funciona como varinha mágica nos aeroportos, Jobim perderá menos tempo quando quiser visitar a francesa Dassault, fabricante de caças supersônicos que está extremamente interessada na renovação da frota da Força Aérea Brasileira.
Reza a Constituição Federal que “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”, mas no país em que lambuzar-se no poder é coisa comum alguns são mais iguais que os outros.