Caminho alternativo – Como noticiou o ucho.info na edição extra do último sábado (16), Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e condenado à prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), não entrou na Europa pela Itália, país que foi seu destino final após passar possivelmente pela Espanha, onde ele e sua família têm negócios.
Ainda desencontradas, as informações sobre a fuga de Pizzolato patrocinaram reportagens das mais distintas e antagônicas, mas é preciso lembrar que para embarcar em voo internacional é necessário documento oficial, mesmo em países onde o serviço de imigração é pífio e desorganizado. Se pouca importância tem no momento do embarque, o que não é o caso, o passaporte é imprescindível para o desembarque em países que mantêm um rígido controle na imigração, como acontece na União Europeia.
Apesar do sensacionalismo que tem marcado as notícias sobre o ex-diretor do BB, nenhum veículo da imprensa nacional levantou uma hipótese que não deve ser descartada, levando-se em conta a criatividade do fugitivo em questão. Durante o julgamento do processo do Mensalão PT, Henrique Pizzolato viajou à Europa legalmente, até porque na ocasião ainda não havia sentença condenatória transitada em julgado que impedisse o seu direito de ir e vir. O fato chamou a atenção do Supremo Tribunal Federal, que exigiu que os condenados entregassem seus passaportes, inclusive os estrangeiros.
Pizzolato alegou que viajara à Espanha para cuidar de negócios familiares, o que não deve ser considerado como inverdade, mas ele pode ter alegado às autoridades locais a perda do seu passaporte da comunidade europeia para requerer um novo documento. Isso teria lhe permitido retornar ao Brasil com dois passaportes italianos, um deles para ser entregue às autoridades, quando solicitado.
A exemplo do que temos afirmado em muitas matérias, a fuga é um direito do preso, cabendo às autoridades a obrigação de evitá-la. Se a fuga de Henrique Pizzolato se deu com certa facilidade, como é possível concluir a partir das muitas informações divulgadas até então, é porque o Estado brasileiro é vergonhosamente falho nesse quesito. Que o governo federal queira esconder a própria incompetência é compreensível, que não significa que seja aceitável, mas é no mínimo preocupante imaginar o risco que a nação corre com um serviço de imigração tão frágil.
O País está a meses da Copa do Mundo e até agora as questões de segurança não foram levadas a séria pelos governantes. Desde que a FIFA anunciou o Brasil como sede da Copa de 2014 o ucho.info vem alertando para as questões da segurança relacionada ao evento, que por ser global sempre atrai a atenção de terroristas e outros criminosos correlatos. Um dos pontos que mereceu destaque em nossa matérias foi o não controle das obras dos estádios que receberam jogos da competição futebolística. Quando o pior acontecer – esperamos que não – será tarde demais.