Monstro palaciano – As primeiras audiências de instrução do processo a que responde Eduardo Gaievski, ex-assessor pedófilo de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, produziram depoimentos com detalhes chocantes da atuação criminosa e hedionda do então servidor palaciano que foi encarregado de tratar das políticas federais voltadas a jovens. Gaievski é acusado de vários crimes, dentre eles o de cometer 26 estupros contra menores.
Duas meninas adolescentes, que têm atualmente 15 e 16, revelaram que foram prostituídas por Eduardo Gaievski quando tinham há aproximadamente três anos. A mais nova contou que não havia menstruado pela primeira vez quando foi violentada pelo ex-assessor de Gleisi Hoffmann.
O depoimento da menor AFC provocou indignação, asco e repugnância nos advogados e magistrados presentes à audiência. O choque foi agravado pelo fato de que Gaievski cultivava entre a população de Realeza, cidadã do interior do Paraná que ele comandou em dois mandatos, uma imagem de administrador rigoroso, sério, de práticas religiosas. O delinquete costumava ir diariamente, logo pela manhã, a rádio local para ler trechos da Bíblia e fazer preleções moralistas. Após a encenação o monstro da Casa Civil saía às ruas em busca de menores para fazer sexo.
A verdadeira face do braço direito de Gleisi na Casa Civil aparece em duas gravações postadas na internet. Em uma delas, um homem identificado como Gaievski combina programas sexuais com várias menores ao mesmo tempo. Em outra gravação, com minúcias, rindo e debochando, a um grupo de amigos como “tirou uma virgindade”.
Embora a população simples de Realeza ignorasse as delinquências sexuais do alcaide, as façanhas criminosas de Gaievski eram largamente conhecidas no PT. O áudio em que ele relata o estupro a amigos mostra que o pedófilo não se constrangia ao revelar seus crimes. Durante audiência na Justiça, uma testemunha relatou que Eduardo Gaievski andava com cinquenta fotos de menores nuas em seu celular e que ele próprio teria revelado ter feito sexo oral com uma menina de cinco anos. A indefesa menina era cuidada por uma babá de 16 anos que costumava manter relações sexuais com o ex-assessor de Gleisi. Um dia ele convenceu a babá a levar a menina a um motel.
Eduardo Gaievski pode ter violentado mais de duzentas meninas que moravam nos arredores de Realeza, crimes que podem levá-lo a ser sentenciado a 450 anos de prisão, de acordo com criminalistas que avaliaram as denúncias e os depoimentos das testemunhas. O pedófilo agora conta com advogados considerados de primeira linha no Paraná, mas é cada vez menos a chance de que consiga passar o Natal em liberdade.