Sucessor de Gaievski, ex-assessor pedófilo de Gleisi, pode ser cassado por crime de responsabilidade

eduardo_gaievski_04Sinuca vermelha – Vereadores de Realeza, cidade do interior paranaense, estudam um pedido de cassação do mandato do prefeito Milton Andreolli (PT) por crime de responsabilidade. Andreolli, que sucedeu Eduardo Gaievski na prefeitura em 2012, é acusado de usar todo o peso da administração municipal para reverter testemunhos contra seu aliado e mentor político. As evidências são fartas. Na primeira audiência de Gaievski, a testemunha K.G.R., que foi estuprada por Gaievski quando era menor de idade, revelou que sua recusa em mudar o depoimento provocou a perda de uma bolsa de estudos da prefeitura na Cesreal (Centro de Ensino Superior de Realeza), onde cursava Administração.

Outro depoimento dado ao Ministério Público que compromete o prefeito foi divulgado pela revista Veja. O aposentado João Pontes, avô de uma das vítimas, afirma que foi ameaçado a deixar um terreno da prefeitura caso as declarações de sua neta não fossem retiradas do processo. Pontes morava com sua esposa e dois filhos há nove anos no Viveiro Municipal, em Realeza, e foi instruído, em 3 de setembro, pelo secretário de Administração da prefeitura, Fernandes Borges, a convencer a neta a retirar a denúncia contra o ex-prefeito. Diante da negativa, João Pontes recebeu, horas depois, notificação do prefeito de Realeza, Milton Andreolli (PT), para desocupar em no máximo trinta dias o imóvel onde morava.

A atuação do secretário Fernandes Borges (Administração) compromete ainda mais a posição do prefeito. Além da intimidação do aposentado, Borges foi preso, junto com André Gaievski, filho do pedófilo, quando conduzia as mães de duas vítimas para um cartório onde registrariam novos depoimentos isentando de culpa o ex-assessor de Gleisi Hoffmann.

Em janeiro deste ano, a convite da ainda ministra, Eduardo Gaievski assumiu o cargo de assessor especial da Casa Civil. No governo, comandava importantes programas sociais do governo federal voltados a crianças e adolescentes, como os de combate ao crack e construção de creches.

Um mistério que ninguém conseguiu esclarecer ainda foi a forma como Gaievski, investigado pelo Ministério Público do Paraná há três anos e com extensa folha corrida pontuada por crimes sexuais, conseguiu passar por todos os controles da Presidência da República e ganhar uma sala a poucos metros da presidente Dilma Rousseff.