Governo muda de ideia e mantém obrigatoriedade de airbags e freios ABS para veículos a partir de 2014

airbag_01Pé no acelerador – Equipamentos como air bags e os freios ABS serão obrigatórios nos automóveis produzidos no Brasil a partir de 1º de janeiro do próximo ano, informou no começo da noite desta terça-feira (17) o ministro Guido Mantega (Fazenda), após reunião com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), metalúrgicos e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O encontro, que durou aproximadamente duas horas, considerou principalmente o impacto dos novos itens de segurança sobre o desemprego. Na última passada, o governo sinalizou com a possibilidade de adiar a exigência.

De acordo com Mantega, o governo estudará a criação de uma exceção para os veículos do tipo Kombi, que não tem similar no mercado e será extinta com a introdução dos novos itens. “Não houve resistência das montadoras em criar um waiver [perdão] para as Kombis porque o produto não tem concorrência. [A Kombi] não é caminhonete, não é automóvel. Não é veículo. É um produto diferente, sem similar”, explicou.

Segundo o ministro, a Fiat pediu que os veículos do modelo Mille também fossem isentos da exigência, mas não houve concordância das outras empresas, que também produzem modelos similares no País. Com a introdução dos air bags e do freio ABS, o Fiat Mille terá a fabricação extinta no próximo ano, pelo menos no Brasil.

Guido Mantega destacou que a obrigatoriedade dos itens de segurança preocupou causou preocupação à cúpula do governo não apenas por causa do impacto nos preços finais dos veículos, que aumentarão entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, mas principalmente em função do impacto no setor de emprego.

Para os sindicalistas que participaram da reunião, os itens de segurança poderão provocar até 15 mil demissões no rastro da extinção da produção de determinados modelos, como é o caso do Fiat Mille, e do impacto no setor de autopeças.

O titular da Fazenda disse que o governo cobrou das montadoras um compromisso para mudarem os empregados de setor, evitando assim o maior número possível de demissões. Um grupo de estudo formado por representantes das montadoras e do governo analisará as possibilidades de preservação dos postos de trabalho.