Renan Calheiros, que deveria ser afastado do Senado, quer pagar despesas por uso de avião da FAB

renan_calheiros_29Face lenhosa – Por causa de R$ 0,20, valor que seria acrescido à tarifa de ônibus na cidade de São Paulo, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar em junho passado. Pelo menos foi essa a desculpa dada pelos vândalos que depredaram a maior cidade brasileira, à sombra de movimento comandado por pessoas intimamente ligadas aos radicais partidos da esquerda verde-loura, os quais sonham em ver o PT tomando de assalto o Palácio dos Bandeirantes.

Enquanto esses míseros R$ 0,20 não saem do bolso dos usuários de transporte público na capital paulista, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), sem ao menos ser incomodado, usou um avião da Força Aérea Brasileira para viajar ao Recife, onde se submeteu a cirurgia de correção capilar.

Depois que mais um escândalo político reverberou com largueza, Renan Calheiros, que sempre abusa da desfaçatez, enviou ofício à FAB solicitando o cálculo do valor que deve ser ressarcido aos cofres federais pelo uso da aeronave oficial.

O primeiro detalhe do imbróglio que deve ser observado é que Renan deve pagar o valor correspondente ao fretamento de uma aeronave semelhante à que a FAB lhe colocou à disposição. Querer devolver apenas o valor das despesas é truque baixo, algo típico na política nacional e que Renan sabe muito bem como funciona. O melhor exemplo da intimidade de Renan com esse tipo de expediente é caso das “vacas sagradas”, cujo dinheiro da venda teria sido usado para pagar as despesas da sua então amante, Mônica Veloso.

O segundo ponto a ser analisado, o mais grave, é que Renan Calheiros informou à FAB que a viagem à capital pernambucana era de caráter oficial. Pelo que consta, implante de cabelo não é compromisso oficial, assim como os brasileiros não têm de madrugar para custear a melhora da aparência do presidente do Senado, que já deveria estar sofrendo um processo de cassação de mandato por quebra de decoro, pois faltou com a verdade ao classificar como oficial a viagem a Recife.

Ao que parece, a prisão dos mensaleiros não surtiu efeito na classe política, que continua a atuar com acinte e sempre desafiando as leis, não sem antes impor zombarias à população. Em qualquer país minimamente sério, Renan Calheiros já estaria afastado do cargo. Como o Brasil é o paraíso da impunidade, ao mesmo tempo em que política é um negócio milionário e exclusivo de poucos, o alagoano Calheiros continuará impune. E sem ser incomodado pelos protestos, que deveriam ocorrer debaixo de sua janela e na virada do ano.