Ameaça de Gleisi de abrir o mercado para companhias aéreas internacionais desmoraliza Dilma

gleisi_hoffmann_25Parafuso solto – A ameaça feita pela ainda ministra Gleisi Hoffmann, de que o governo poderia abrir o mercado doméstico para companhias aéreas estrangeiras durante a Copa do Mundo, obrigando as empresas que já operam no País a reduzir o preço das passagens e melhorar o serviço, está sendo ridicularizada. O fiasco é tamanho, que muitos já ressuscitaram o apelido pelo qual a ministra é conhecida nos bastidores políticos de Brasília: Magda. Em referência à personagem “sem noção” do pretérito programa televisivo “Sai de Baixo”.

De acordo com a Iata, associação internacional de empresas aéreas, não há condição de atender uma demanda tão complexa com exígua antecedência. “A logística é complicada. Não é ônibus. É preciso três, quatro meses de antecedência no mínimo para que as empresas consigam se programar”, afirma o presidente da Iata no Brasil, Carlos Ebner, ao contestar a tese de Gleisi de que o governo Dilma poderia colocar em operação no Brasil companhias aéreas estrangeiras, de uma hora para outra, durante a Copa.

No último domingo (5), Gleisi Hoffmann, a Magda palaciana, declarou, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, que o governo estuda liberar os voos domésticos (cabotagem) para as companhias aéreas estrangeiras durante a Copa. Ebner diz, de acordo matéria publicada nesta terça-feira (7) também pela na Folha, que quando uma estrangeira pousa no Brasil a tripulação chega ao limite das horas permitidas por lei e não há como seguir para outro destino não programado dentro do país.

“Além disso, as empresas precisariam montar estrutura em cada destino, com pessoal de check-in e contratos de abastecimento, manutenção, serviço de bordo etc”. Para o presidente da Iata, o maior desafio se dará na segunda fase do Mundial, que será definida de acordo com os resultados da primeira.

Para analistas e consultores do setor, segundo a Folha, a abertura por meio de Medida Provisória, ainda que temporária, abriria um precedente perigoso. “Sou a favor da cabotagem, mas isso precisa ser feito no âmbito de uma negociação bilateral que traga benefícios para o país”, diz Cleveland Prates, ex-conselheiro do Cade, órgão de defesa da concorrência entre empresas.

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, para Respício do Espírito Santo Junior, professor da UFRJ, a abertura do mercado doméstico de forma excepcional seria inédita no mundo. “Estado de exceção é para quando se tem uma guerra ou uma catástrofe natural. Se a Copa for justificativa para estado de exceção, o que aconteceria se ocorresse um tsunami por aqui?”