Imprensa noticia captação recorde da poupança, mas não analisa as consequências na economia

poupanca_05Fio desencapado – Boa parte da imprensa brasileira continua preguiçosa. Os dados da economia confirmam cada vez mais o cenário de crise que se alastra pelo País, mas os principais veículos de comunicação preferem ser pontuais na informação que levam à opinião pública.

Na terça-feira (7), o Banco Central informou que os depósitos em cadernetas poupança superaram os saques, gerando captação líquida de R$ 71,047 bilhões, resultado recorde em toda a série histórica iniciada em 1995. Isso mostra que o governo adotou repetidamente políticas econômicas equivocadas, mas os jornalistas insistem em analisar os fatos isoladamente, sem levar à sociedade as informações necessárias para uma compreensão mais ampla e cristalina da situação que vem tirando o sono dos brasileiros.

O fato de a poupança ter registrado captação recorde significa que os brasileiros estão desconfiados em relação à economia, por isso preferem manter os recursos financeiros em modalidade de investimento cujo rendimento é garantido por lei. Muitos recursos que estavam em títulos do governo acabaram migrando para a caderneta de poupança, reflexo de uma administração que ignora o planejamento e soluciona os problemas que surgem pelo caminho com canetadas. O movimento positivo da poupança significa também que o consumidor puxou o freio, o que é péssimo para uma economia que tinha no consumo interno a derradeira tábua de salvação. Sem consumo a economia não roda e o governo arrecada menos tributos, situação que tende a turbinar a crise.

Ao conjugar os muitos dados da economia é possível perceber que a situação é muito mais grave do que se imagina. Em 2013, quem apostou no mercado de câmbio se deu bem e conseguiu lucrar mais do que aqueles que optaram por outras modalidades de investimento. Na outra ponta, a inflação continua derrotando as autoridades do governo, enquanto o consumo tem registrado seguidos recuos. A combinação inflação alta e consumo em queda é de tal forma perigosa, que as autoridades desistiram de fazer previsões.

Como se não bastasse, a indústria tem registrado seguidos recuos, a balança comercial é desanimadora e a confiança do mercado financeiro no governo brasileiro está cada vez mais comprometida. Sem frear os gastos oficiais, os palacianos estão alimentando uma crise que assusta cada vez mais. Órfão da mais rasa capacidade para realizar investimentos no setor de infraestrutura, o governo do PT foi obrigado a abandonar o pretérito discurso contra a privação e entregar à iniciativa privada muitos empreendimentos, começando pelo setor de infraestrutura.

O desgoverno de Dilma Vana Rousseff cambaleia diuturnamente, mas os estafetas presidenciais não abrem mão das milionárias campanhas publicitárias oficiais, sempre recheadas de efeitos especiais. O PT precisou de apenas uma década para arruinar a economia nacional, mas os integrantes do partido têm dificuldade de reconhecer o fracasso, mesmo com os números de uma conta que não fecha. Como disse certa feita um conhecido comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.