Caixa dos Correios sangra à sombra da conhecida incapacidade política e gerencial do governo do PT

correios_12Números vermelhos – O prejuízo operacional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no setor de remessa de cartas, telegramas e cartões – atividade que detém monopólio – comprova a incapacidade do governo do Partido dos Trabalhadores. Para o deputado federal João Campos (GO), o Palácio do Planalto está preocupado apenas com os interesses partidários. Em novembro passado, a perda acumulada na área foi de R$ 817 milhões, resultado próximo do registrado no mesmo período de 2012, que alcançou a marca de R$ 802 milhões.

O parlamentar tucano considera inimaginável o prejuízo. “É algo inconcebível. Fica evidente que temos um governo perdulário, incapaz na ação política e gestão”, disse. Segundo ele, o dinheiro do cidadão está escorrendo pelo ralo. “Quando o recurso não escorre em forma de prejuízo por causa da má gestão, vai em forma de corrupção. Assim o povo deixa de ter os benefícios que tanto almeja.”

Os dados foram publicados na edição de terça-feira (21) do “Estado de S. Paulo”. Apesar dos números, a companhia tem planos de participar do leilão do trem-bala, montar uma empresa de telefonia celular, ter uma frota aérea e até comprar os Correios de Portugal.

O resultado negativo nesse segmento preocupa o conselho fiscal, que, em outubro, chamou a atenção para o déficit crescente. A folha de pessoal consome 58,25% da receita total da empresa pública, o que também motivou pedido de explicação do conselho.

O resultado final dos Correios foi salvo por causa da receita financeira, obtida com luva de R$ 3,3 bilhões recebida do Banco do Brasil para exploração do Banco Postal, que abriu agências bancárias dentro dos postos dos Correios, e aplicações financeiras. Mesmo assim, o lucro da companhia vem caindo. Até novembro, o lucro líquido em 2013 era de R$ 203 milhões – menos que o R$ 1,06 bilhão registrado no mesmo período de 2012.

João Campos lamenta o aparelhamento da estatal. Estopim de escândalos como o Mensalão do PT, a empresa é controlada por petistas da ala do ex-ministro José Dirceu, preso após ter sido condenado no maior esquema de corrupção da história do País. O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, é filiado ao partidoe ligado ao ex-ministro. “Esse é o governo que mais aparelhou o estado brasileiro. Dentro exatamente desta lógica de atender interesses partidários, interesses pessoais”, condenou.

De acordo com o deputado, o governo do PT conseguiu desmontar empresas consagradas e respeitadas internacionalmente no passado. Destaca-se o caso da Petrobras. No terceiro trimestre de 2013, a petrolífera registrou lucro de R$ 3,39 bilhões, uma queda de 45% em relação ao trimestre anterior e de 39% na comparação com igual período de 2012.

Além disso, a equipe econômica da presidente Dilma vem lançando mão de artifícios para maquiar os números. O efeito foi sentido na Bolsa de Valores. Sob o comando de Graça Foster, que assumiu a companhia em 2012, o valor das ações da Petrobras despencou 27%. Segundo analistas, o quarto trimestre deve ter sido ser “salvo” pela venda de US$ 2,6 bilhões em ativos no Peru – outra manobra.

Por outro lado, será nesse trimestre que a empresa vai contabilizar o cheque de R$ 6,5 bilhões pela compra de 40% do campo de Libra, no primeiro leilão do pré-sal, além das compras que fez na 12ª rodada de licitações de blocos da Agência Nacional do Petróleo e o expressivo aumento de importações de diesel e gasolina.