Dança de incompetentes na chefia da Casa Civil: sai Gleisi Hoffmann e entra Aloizio Mercadante

gleisi_mercadante_02Ficou na mesma – Agora já está valendo: Aloizio Mercadante Oliva é o novo chefe da Casa Civil, em substituição à também petista Gleisi Hoffmann, que deixou à pasta para cuidar da sua campanha ao governo do Paraná, onde enfrenta dificuldades junto ao eleitorado. Para não afirmar que Dilma Rousseff trocou seis por meia dúzia, a presidente substituiu uma incompetente por outro. Ambos arrogantes conhecidos dentro e fora da política.

Ex-ministro da Ciência e Tecnologia e na sequência da Educação, Mercadante desde a época em que exerceu o mandato de senador por São Paulo sempre tentou conquistar uma gabinete na Esplanada dos Ministérios, mas Lula simplesmente ignorou a pretensão do companheiro de legenda. A única coisa que o agora chefe da Casa Civil conseguiu arrancar do X9 Lula foi uma carraspana, depois que Mercadante ocupou a tribuna do Senado para dizer que renunciava à liderança do PT na Casa legislativa em caráter irrevogável. Dias mais tarde, depois de levar um pito de Lula no Palácio da Alvorada, o então senador petista retornou à tribuna do Senado para revogar o irrevogável.

A oportunidade de ocupar um ministério surgiu com a eleição de Dilma Vana Rousseff, que agora o coloca na pasta mais importante do governo federal. A soberba de Aloizio Mercadante será um enorme problema para a presidente, que já enfrenta sérios problemas na seara da articulação política no Congresso, assunto que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não conseguiu resolver. O mais interessante na pasta de Ideli é o nome: Relações Institucionais. O que dá a entender que o governo do PT também se dedica a relações não institucionais.

Se Mercadante nem no melhor e mais dourado dos sonhos está à altura de figuras históricas como Golbery do Couto e Silva e Leitão de Abreu, ex-chefes da Casa Civil, qualquer elogio à petista Gleisi Hoffmann seria o mesmo que assassinar a coerência e a lógica. Gleisi, que abusa da presunção, revelou recentemente seu viés censor, quando tentou calar alguns veículos de comunicação que deram espaço a assuntos polêmicos, como a operação do governo para transferir para rede básica de ensino a educação dos portadores de necessidades especiais. Ou seja, ao defender o projeto do Executivo Gleisi Hoffmann ignorou o excelente trabalho das Apaes, possivelmente a única ONG do País que é um caso absoluto de sucesso.

Narizinho e o monstro

O pior na curta trajetória de Gleisi como ministra foi a indicação do pedófilo Eduardo Gaievski para um cargo na Casa Civil. Ex-prefeito de Realeza e escolhido para coordenar a campanha de Gleisi Hoffmann ao Palácio Iguaçu, Gaievski foi incumbido pela chefe de cuidar dos programas federais para menores. Em outras palavras, Gleisi resolveu colocar a raposa para tomar conta do galinheiro. Até porque, o monstro da Casa Civil está preso sob a acusação de ter cometido pelo menos 40 crimes sexuais, inclusive estupro de vulneráveis (menores de 14 anos).

Gleisi Hoffmann está deixando a casa Civil sem ter dado ao povo brasileiro uma explicação convincente sobre a barbaridade que representou a nomeação do pedófilo, que durante meses a fio trabalho a poucos metros do gabinete da principal autoridade do País, a presidente da República, que muito estranhamente não cobrou sua tutelada e nem mesmo falou sobre o assunto.

O caso é estranho, pois todo indicado a cargo em comissão de Natureza Especial ou do Grupo Direção e Assessoramento Superiores, de níveis DAS 4, DAS 5 ou DAS 6, ou equivalentes, tem a vida vasculhada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) antes de assumir o cargo. Quando foi nomeado por Gleisi, o pedófilo estava sob investigação do Ministério Público do Paraná há pelo menos três anos e sua ficha criminal era facilmente acessada através da internet. Resumindo, o GSI e a ABIN erraram feio ao não alertar sobre a ficha do indicado ou, então, alguém bancou a indicação.

Fato é que Gleisi Hoffmann deixa o cargo de ministra, não sem antes ter varrido essa lambança para debaixo da alcatifa da Casa Civil. De tal modo, não é difícil imaginar o que pode acontecer com o Paraná se Gleisi desembarcar no Palácio Iguaçu.