Oposição ucraniana pede mediação e ajuda financeira do Ocidente

ucrania_07 (reuters)Passando o chapéu – A oposição ucraniana quer a mediação internacional da crise no país e pediu, pela primeira vez, ajuda financeira ao Ocidente. Dezenas de milhares de manifestantes voltaram a protestar contra o governo no domingo (2), em Kiev.

Mais de 60 mil pessoas se reuniram na Praça da Independência, no centro da capital ucraniana. Os líderes da oposição Vitali Klitschko e Arseni Yatsenyuk, que participaram da Conferência sobre Segurança de Munique no dia anterior, foram recebidos pela multidão com aplausos efusivos.

“Falamos com nossos parceiros ocidentais e dissemos que precisamos de assistência financeira”, afirmou Yatsenyuk. “Eles estão dispostos”, acrescentou, ressaltando que o dinheiro deve beneficiar somente o “povo ucraniano” e não o “regime de Yanukovytch”.

Possíveis sanções

Klitschko anunciou que solicitou em Munique uma mediação internacional nas conversações entre regime e oposição, para “evitar interpretações divergentes”. Ele afirmou que os ministros do Exterior da UE querem discutir em 10 de fevereiro possíveis sanções contra regime ucraniano.

Em seu discurso, o ex-pugilista rejeitou a lei de anistia aprovada pelo Parlamento, afirmando não ser aceitável que a libertação de oposicionistas presos seja condicionada à desocupação dos edifícios do governo pelos manifestantes. Ele exigiu uma libertação incondicional dos ativistas.

Bulatov vai se tratar em Riga

A Justiça ucraniana anunciou a liberação do opositor Dmitry Bulatov, que diz ter sido severamente torturado em Kiev. O ativista, de 35 anos, viajou a Riga, capital da Letônia, onde deverá receber tratamento para seus ferimentos.

O caso repercutiu internacionalmente. No último sábado (1), o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, ofereceu a Bulatov assistência médica na Alemanha. O ativista disse ter sido sequestrado e torturado durante oito dias, após ajudar na organização de protestos contra o governo ucraniano.

Yanukovytch volta ao trabalho

No domingo (2), um comunicado governamental anunciou que o presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch, regressa na segunda-feira ao trabalho, depois de “uma infecção respiratória aguda”. “O presidente está bem, o seu estado de saúde é satisfatório”, diz o informe.

A onda de protestos contra o governo na Ucrânia começou em novembro, depois que o presidente do país suspendeu a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia. Os manifestantes acusam o regime de preferir uma cooperação com a Rússia a uma aproximação com a UE.

Em confrontos violentos com as forças de segurança, até agora cinco pessoas foram mortas, de acordo com ativistas. Vários militantes da oposição foram sequestrados e espancados. (Com agências internacionais)