Chance de Pizzolato ser extraditado para o Brasil é pequena e depende da concordância do mensaleiro

Divulgação - Polícia de Modena)
Divulgação – Polícia de Modena)
Fumaça vermelha – A polícia italiana prendeu Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado à prisão no vácuo do processo do Mensalão do PT, por causa do alerta (“difusão vermelha”) da Interpol, o que está sendo considerado pelas autoridades como mera formalidade, pois o mensaleiro tem dupla cidadania e pelas leis do país europeu dificilmente será extraditado ao Brasil, cujo governo formulou o pedido de caça ao petista fujão.

Pizzolato, que foi levado a uma unidade prisional da província de Modena, na região Norte da Itália, após ser detido na cidade de Maranello, responderá por uso de documento falso, já que ingressou na União Europeia utilizando um passaporte falso em nome do seu irmão. A pena máxima para esse tipo de crime na Itália é de três anos de prisão. No Brasil, Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

Monitorado pelas autoridades italianas nos últimos dois meses, Pizzolato sabe que é mínima a chance de ser extraditado para o Brasil, que tem prazo de quarenta dias para enviar o pedido ao governo italiano. Vencido esse prazo, Pizzolato terá de se defender apenas no caso do passaporte falso, usando a alegação de que estava sendo perseguido no Brasil e de que foi vítima de julgamento político, o que todos sabem ser uma sonora inverdade.

O governo petista de Dilma Rousseff está diante de enorme dilema, pois a eventual extradição de Pizzolato provocaria enorme estrago em seu projeto de reeleição. Henrique Pizzolato não apenas sabe muito e detalhadamente sobre o modo do PT atuar nos bastidores do poder, como ainda não assimilou o fato de ter sido abandonado pelo partido em meio ao “tiroteio” que teve lugar na CPI dos Correios. Na ocasião, o ex-diretor do BB disse aos deputados e senadores que ao repassar recursos do Visanet para o caixa do Mensalão do PT cumprira ordens de Luiz Gushiken, homem forte do governo Lula e amigo íntimo do ex-metalúrgico.

A Justiça italiana deverá marcar audiência para saber se Henrique Pizzolato aceita a extradição. O advogado Lorenzo Bergami, que representa o petista na Itália, disse que “Pizzolato rejeita a extradição e por isso vamos recorrer. A Corte de apelação nas próximas horas fixará uma audiência para proceder com a identificação pessoal dele e para perguntar se ele aceita ou não a extradição”. Resumindo, o que o governo brasileiro faz desde a confirmação da prisão do mensaleiro foragido não passa de jogo de cena.

Por outro lado, independentemente da aceitação do pedido de extradição, Pizzolato pode, mesmo na Itália, falar o que sabe e estragar os planos do PT de se perpetuar no Palácio do Planalto como forma de implantar no Brasil um projeto totalitarista de poder, a exemplo do que vem corroendo a vizinha e já combalida Venezuela. Diante disso, não causará surpresa se o governo brasileiro cometer algum pequeno erro na formalização do pedido que deve ser enviado a Roma nos próximos dias.