Dança de cadeiras – O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, anunciou nesta quinta-feira (13) que apresentará sua renúncia ao presidente Giorgio Napolitano. A decisão é tomada apenas dez meses após ele assumir o cargo e em meio à forte pressão de seus correligionários do Partido Democrático (PD).
“Como resultado das decisões tomadas hoje [quinta-feira] pela direção nacional do Partido Democrático, informei ao presidente da República sobre a minha vontade de me apresentar amanhã no Quirinale [sede da Presidência] para me demitir”, afirmou Letta.
Nesta quinta-feira, o PD aprovou em convenção – com 136 votos a favor, 16 contra e duas abstenções – que a Itália necessita de um novo governo. Por trás da iniciativa está Matteo Renzi, novo líder da legenda e que pode ser o próximo primeiro-ministro da Itália. O atual mandato vai até 2018.
“Há uma ambição desmedida que às vezes temos que ter, não só eu, como todos os membros do PD, porque a Itália não pode viver numa situação de incerteza e instabilidade”, disse Renzi.
A renúncia é anunciada num momento de relativa calma política na terceira maior economia da zona do euro, que já começa a dar sinais mais sólidos de recuperação. Na última década, a Itália viu cinco governantes diferentes abandonarem o cargo ou serem demitidos antes de completarem o mandato.
O governo Letta foi formado em 28 de abril do ano passado, diante da incapacidade do também social-democrata Luigi Bersani de constituir uma liderança estável após as eleições de fevereiro de 2013.
O mais votado das eleições foi o ex-comediante Beppe Grillo, que, com uma proposta reformista, não conseguiu base suficiente para formar um governo liderado por ele. O pleito foi realizado após a renúncia de Mario Monti. Desde o início da convulsão política dos últimos dias, o ex-premiê Silvio Berlusconi não se manifestou.
O presidente Giorgio Napolitano deixou claro na quarta-feira que não quer “nem ouvir falar de eleições antecipadas”. Segundo ele, “a bola está agora com o PD”. A imprensa italiana especula que o novo governo pode ser formado já na próxima semana. (Com agências internacionais)