Fora de foco – Nesta sexta-feira (14), a Justiça Federal começa a ouvir os acusados pelo acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho de 2007, que ao não conseguir parar na pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, chocou-se contra o terminal de cargas da companhia aérea, deixando 199 mortos.
A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, o então vice-presidente de operações da TAM à época, Alberto Farjeman, e o então diretor de Segurança de Voo da empresa, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, foram denunciados pelo Ministério Público e respondem pelo crime de “atentado contra a segurança de transporte aéreo”, na modalidade culposa.
Quem conhece os bastidores do caso sabe que a acusação é infundada, pois os verdadeiros culpados pela maior tragédia da aviação brasileira continuam impunes, uma vez que capitanearam nos bastidores do poder uma manobra sórdida, “entregando cabeças” como forma de escapar da responsabilidade.
A culpa pelo trágico acidente é do governo federal, que por ocasião dos fatos estava sob a batuta do petista Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteiras que acreditou ser possível governar o Brasil como se o País fosse um boteco de esquina.
Na estrutura do governo federal as questões relacionadas à aviação comercial são afetas à Casa Civil, à época sob o comando da nada gentil Dilma Vana Rousseff, que na companhia de Lula escapou do olho do furacão. Isso porque nas coxias do poder muitas foram as ameaças disparadas aos quatro ventos, inclusive a de quebrar empresas que insistissem em colocar a culpa no colo do governo petista. Conduta típica de mafiosos da mais alta periculosidade, o que não causa surpresa aos cidadãos de bem quando o assunto é Brasil.
Como se sabe, o Airbus da TAM não conseguiu parar em Congonhas porque a pista do aeroporto paulistano, que passara por reforma, estava inacabada e sem o “grooving”, ranhuras feitas no asfalto que garantem maior aderência no momento do pouso em dias de chuva, uma vez que evitam a formação da chamada lâmina d’água.
Diante da impossibilidade de assumir a culpa, até porque o poder é não apenas podre, mas sórdido e covarde, o governo Lula decidiu empurrar a responsabilidade para os três acusados que respondem por um crime que não cometeram ou sequer tiveram alguma participação.
Além da reforma inacabada no aeroporto de Congonhas, um bordel vertical erguido a poucos metros da cabeceira da pista, com a anuência da prefeitura de São Paulo e a bordo do silêncio das autoridades da Aeronáutica, fez com que os pousos e decolagens ficassem mais perigosos. Na verdade, o hotel construído para funcionar como local de trabalho de mulheres de programa provocou o encurtamento técnico da pista de Congonhas. Considerando que em Congonhas qualquer operação de pouso ou decolagem é sempre arriscada, qualquer centímetro que se tire da pista é como acender uma fogueira ao lado de um barril de pólvora.
Bastidores da tragédia
O ucho.info espera que de fato seja feita justiça no caso do acidente de Congonhas, desde que os verdadeiros culpados sejam contemplados com a dureza da legislação em vigor. O que está em curso na Justiça Federal é uma tentativa de buscar culpados, enquanto os responsáveis pelo acidente permanecem impunes e imiscuindo de forma criminosa no caso.
Muitos são os que têm criticado, nos últimos anos, o nosso posicionamento em relação ao acidente, mas o editor do ucho.info viveu quase que diuturnamente os bastidores do caso, cujos desdobramentos até hoje provocam náuseas. Escalado para apurar as causas do acidente, um delegado da Polícia Civil paulista revelou ao site que pediu afastamento do caso por não suportar a truculenta pressão exercida pelo Palácio do Planalto.
Como se não bastasse, ocorreram nas entranhas do caso um sem fim de negociatas políticas, não importando a esses detratores a honra de pessoas inocentes. O ucho.info compreende o desejo dos familiares das vítimas em relação à obtenção de uma resposta para o acidente, mas não se pode condenar pessoas que não foram responsáveis pela tragédia. Se régua da condenação precisa alcançar algum culpado, que essa suba a rampa do Palácio do Planalto.