Paim esquece as agruras dos cubanos do Mais Médicos e alerta para escravidão na indústria do tabaco

paulo_paim_08Espelho, espelho meu – A semana política termina marcada pelo desfile da hipocrisia no Senado Federal. Para fazer companhia à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que levou um pedófilo para assessorá-la na Casa Civil e agora elogia o projeto que transforma a pedofilia em crime hediondo, o também petista Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, deu um show de incoerência na tribuna da Casa.

Falando em nome dos trabalhadores da indústria do fumo do Rio Grande do Sul e tecendo críticas à empresa Phillip Morris, Paim alertou os colegas de parlamento para o perigo de eventual regime de escravidão no setor.

Paulo Paim é um gazeteiro conhecido, que nos tempos de oposição circulava pelo Congresso Nacional empurrando um carrinho de supermercado com produtos que o salário mínimo permitia comprar, em clara crítica ao piso salarial do País adotado pelos então ocupantes do poder central. Agora, como integrante do partido que está no comando do País, Paim deixou de lado a sua gazeta, até porque a inflação real voltou de forma assustadora, o que corrói o salário do trabalhador e compromete sobremaneira o poder de compra dos cidadãos.

Também defensor dos aposentados, em passado não tão distante, o senador gaúcho já não trata com tanta frequência do assunto, pois os que recebem benefícios e aposentadorias do INSS estão sendo vergonhosamente vilipendiados em seus direitos. Hoje, Paim é mais um amestrado e obediente que cumpre as ordens do Palácio do Planalto, como se a companheira Dilma Rousseff fosse detentora de rasas doses de competência.

Contudo, não se pode aceitar o discurso moralista e chicaneiro de Paim em relação a eventual trabalho escravo na indústria tabageira gaúcha, até porque o PT é protagonista de um dos maiores atentados oficiais contra a legislação trabalhista: o programa Mais Médicos. No momento em que os médicos cubanos que aderiram ao programa recebem menos de 10% do valor pago à ditadura facinorosa dos irmãos Fidel e Raúl Castro, nenhum petista pode fazer críticas a eventuais equívocos trabalhistas por parte das empresas empregadoras.

O ucho.info não está a defender o regime de escravidão no Brasil, pelo contrário, mas se for para criticar esse sistema criminoso e cobrar providências, que isso não parta de um integrante do Partido dos Trabalhadores, legenda que na última década mostrou a planeta a sua vocação para a delinquência política.