“Bispo do luxo” desviou dinheiro destinado a famílias pobres, afirma jornal

bispo_luxo_02Sem saída – Bispo de Limburg, Franz-Peter Tebartz-van Elst teria desviado milhões de euros destinados a famílias pobres para a construção de sua polêmica residência, afirma reportagem publicada pelo jornal alemão “Süddeustche Zeitung”, que teve acesso ao relatório final de uma comissão eclesiástica de inquérito.

A comissão investiga o alto custo de construção da residência do bispo, afastado do cargo em outubro de 2013 pelo papa Francisco. Há a suspeita de que Tebartz-van Elst e seu vigário geral, Franz Kaspar, tenham desviado dinheiro da Fundação St. Georgs, que arrecadava fundos para ajudar famílias pobres.

O dinheiro arrecadado pela fundação, criada em 1949 e já extinta, era destinado a ajudar famílias carentes com muitos filhos. Todos os trabalhadores católicos do bispado foram convocados a doar o equivalente a uma hora de trabalho para a St. Georgs.

O relatório da comissão mostra que a liderança da Igreja Católica em Limburg criou um sistema de acobertamento para escapar de um controle sobre os gastos com a construção da residência do bispo, afirma o “Süddeustche Zeitung”. De acordo com fontes internas, a construção teria custado muito mais do que os € 31 milhões divulgados. Estima-se que os custos chegaram à casa dos € 40 milhões.

O relatório final deverá ser entregue ao papa Francisco e ao presidente da Conferência dos Bispos Alemães, Robert Zollitsch, na quarta-feira (19). Desde outubro de 2013, uma comissão criada pela Conferência dos Bispos Alemães investiga os altos custos para a construção da residência do bispo em Limburg. O grupo é composto por três clérigos e dois auditores. Com a conclusão das investigações, espera-se para breve uma decisão sobre o futuro do controverso bispo.

Francisco afastou Tebartz-van Elst do cargo até que as acusações contra ele sejam verificadas. Segundo a Secretaria de Estado do Vaticano, o papa não quer deixar o assunto se prolongar e deve decidir o mais rápido possível sobre o futuro do bispo, escreveu a revista “Der Spiegel”. Já Tebartzvan Elst vem trabalhando com seus advogados numa ampla defesa contra as acusações. (Com agências internacionais)