Caiu no esquecimento o caso de Henrique Pizzolato, que se voltar ao Brasil será um novo Celso Daniel

Divulgação - Polícia de Modena)
Divulgação – Polícia de Modena)
Conversa fiada – Na política nada acontece por acaso, assim como inexistem coincidências. Na última segunda-feira (3), em meio à folia carnavalesca que tomava conta do País de norte a sul, o governo brasileiro enviou à Itália o pedido de extradição de Henrique Pizzolato, foragido desde que foi condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mensalão do PT, o maior e mais ousado escândalo de corrupção da história nacional. E por questões óbvias e largamente conhecidas o assunto simplesmente sumiu da grande imprensa até porque ao governo e ao PT não interessa dar publicidade ao caso, apenas informar que providências (sic) foram tomadas.

Pizzolato foi preso na cidade de Maranello, no norte da Itália, depois de passar pela Espanha e ter entrado na Europa com um passaporte em nome do irmão, já falecido. As autoridades brasileiras descobriram que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil tem três imóveis na Itália, o que mostra que os mensaleiros não saíram do episódio de mãos vazias.

Como noticiou o ucho.info logo após a prisão de Pizzolato, o Brasil não tem tratado de extradição com a Itália, que por sua vez não extradita nacionais. De igual modo alertamos para o fato de que ao PT não interessa a extradição de Henrique Pizzolato, que sobre o escândalo de corrupção sabe muito mais do que os petistas gostariam. Vale lembrar que durante a CPI dos Correios, que investigou o imbróglio de compra de parlamentares por meio de mesadas, Pizzolato foi abandonado pelo PT apenas porque disse a deputados e senadores que cumpria ordens de Luiz Gushiken, à época um dos homens fortes do governo Lula.

Henrique Pizzolato não deu declarações após sua prisão na Itália, mas mandou alguns recados aos ex-companheiros de legenda. Pode falar o que sabe caso venha a ser julgado novamente, desta vez pela Justiça italiana, por sua participação no Mensalão do PT. Ao partido liderado por Lula, o lobista, não interessa que Pizzolato abra a boca ou retorne ao Brasil.

Caso seja extraditado, o ex-dirigente do BB precisará de segurança diuturna, mesmo na prisão, pois pode se transformar em uma nova versão de Celso Daniel, que foi brutalmente assassinado porque sabia muito sobre os escândalos de corrupção petistas e discordou da destinação dada ao dinheiro da propina cobrada de empresários de Santo André, cidade do ABC paulista.